Coleta Lixo Seco e Lixo Molhado completa 22 anos

Mais de 2,7 milhões de quilos de lixo deixam de ir para o aterro sanitário, por ano, em Itaúna

Coleta Lixo Seco e Lixo Molhado completa 22 anos
Foto: Arquivo/SC




Matéria publicada pela Agência Brasil, e baseada em pesquisa realizada pela Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, aponta que apenas 4% do lixo reciclável recolhido no Brasil não vai para os aterros sanitários, ou lixões, que são a realidade da maioria dos municípios brasileiros. Conforme a publicação, esse índice é muito inferior a países “como Chile, Argentina, África do Sul e Turquia, que apresentam média de 16% de reciclagem, segundo dados da International Solid Waste Association (ISWA)”. 

Também foi divulgada a informação de que, dos mais de 5,4 mil municípios brasileiros, apenas 1.211 contam com a coleta seletiva implantada. E, dentre essas mais de mil cidades com coleta seletiva de lixo, seguramente uma das que têm maior tempo de duração é a de Itaúna, que completou 22 anos ininterruptos de funcionamento no último dia 1º de julho, segunda-feira. Isso mesmo, a coleta seletiva de lixo de Itaúna no modelo “Lixo Seco e Lixo Molhado” existe há mais de duas décadas, e funcionando. 

E, mesmo que a atual administração não invista em divulgação da coleta seletiva, ainda apresenta resultados excelentes, conforme levantamento realizado pelo jornalista Sérgio Cunha, um dos responsáveis pela implantação do atual modelo junto ao servidor público federal aposentado Ralim Mileib e ao ex-prefeito Osmando Pereira. Conforme esse levantamento, Itaúna reaproveita, mensalmente, cerca de 230 toneladas de lixo seco, o que dá algo em torno de 2,7 mil toneladas (dois milhões e setecentos mil quilos) por ano de material comercializado pela Cooperativa de Reciclagem e Trabalho - Coopert. Esse volume é o material que seria aterrado caso a coleta não funcionasse. O ganho ambiental com este trabalho é imensurável. 

Aproveitamento ainda é bom, mas pode melhorar 

Conforme os dados levantados pelo jornalista junto à Coopert, que é a responsável pela coleta do Lixo Seco de Itaúna (desde 2013, com Itaúna sendo a primeira cidade mineira a estabelecer esse tipo de contrato com uma cooperativa de reciclagem, e uma das primeiras do Brasil), são recolhidas, em média, 380 toneladas de lixo seco por mês. Dessas 380 toneladas, 60% são reaproveitados pela Coopert para comercialização. 

“É um índice muito bom, que leva o aproveitamento em Itaúna para algo em torno de mais de 10% do total de lixo gerado. Mas é pouco, pois já alcançamos índice duas vezes maior, de 23%, e até maiores. Mesmo assim, é mais que o dobro do índice brasileiro, segundo a pesquisa da Abrelpe”, disse Sérgio Cunha. No mandato 2013/2016, Itaúna apresentou índices comparáveis aos melhores do mundo. Com a atual administração, conforme os críticos, praticamente abandonando a coleta, sem investir na divulgação necessária, os números caíram, mas ainda são muito melhores do que a média nacional, porque parte da população ainda separa o lixo seco do lixo molhado. 

Ainda conforme o levantamento feito pelo jornalista, a Coopert mantém 78 cooperados diretamente e trabalha com mais 39 catadores, a partir do ecoponto instalado na área central, no Bairro Universitário. A reciclagem é uma parte importante da economia itaunense, surgida a partir do lançamento da coleta seletiva, há 22 anos, e que precisa de apoio, incentivo e investimento. Lembrando ainda que esses 10% de aproveitamento são os números da Coopert apenas. Itaúna, hoje, tem na reciclagem o sustento de pelo menos 200 famílias, sem contar os muitos recicladores autônomos, que comercializam direto a sua produção, sem passar pela Coopert.