Constantes reclamações por falta de água denunciam situação
Reportagem apurou que a falta de planejamento e a desestruturação da equipe ajudaram a piorar o quadro

Nos últimos dias, a reportagem da FOLHA tem sido acionada com constância com reclamações por falta de água em vários locais da cidade, tanto na área urbana quanto nas comunidades rurais. Na Câmara, o assunto tem repercutido, com falas de vereadores apontando os problemas. Nos últimos encontros dos vereadores, foram abordados problemas de falta de água nas comunidades de Pedras, Sumidouro e nos bairros Cidade Nova, Peixotas e Três Marias, principalmente.
No meio político, as informações são de que faltou profissionalismo na condução da autarquia de saneamento, em situações, por exemplo, como na construção do novo reservatório sem que a casa de bombas tivesse sido concluída para mandar água tratada ao local. Outro caso muito comentado foi a instalação de um reservatório com o dobro da capacidade (e, consequentemente, peso) em uma estrutura no condomínio Alphaville, que precisou de intervenção imediata, antes que uma tragédia ocorresse.
Os exemplos são vários, também em relação à rede de esgoto, como nos casos dos rompimentos de emissários de esgoto, que passaram a contaminar cursos d´água. Profissionais antigos da autarquia apontam a desestruturação de turmas especializadas e a falta de estímulo às equipes. Enfim, são muitos os problemas que sustentam as falas de que o SAAE foi sucateado ao longo dos últimos oito anos. Sucateamento em estrutura e pessoal, apontam.
A reportagem ouviu de um funcionário de carreira do setor que a falta de profissionais efetivos gerou a contratação de muita gente “sem experiência e com pouco comprometimento com o serviço”, como afirmou. Também a falta de equipamentos e maquinários adequados é outro ponto levantado pelos críticos. Como o setor de saneamento tem enfrentado muitas questões nos últimos dias, o diretor do SAAE, Nilzon Borges, foi acionado a comparecer à Câmara, na próxima terça-feira, 11, para explicar a situação e apontar soluções aos vereadores.
Enquanto isso, vão se acumulando reclamações e problemas. Na opinião de um político que acompanha o problema, a situação é crítica, pois “precisam dar solução aos problemas criados ao longo dos últimos oito anos, rapidamente. Em dois meses, ainda não deu para resolver, e é natural que não dê mesmo, mas a população cobra e quer soluções...”, resumiu.