Denúncia é feita na Câmara e silêncio impera no plenário

Mãe denunciou caso e pediu apoio à Comissão de Direitos Humanos. Depois de algum tempo, o presidente informou à cidadã que “vai repassar a reivindicação à Procuradoria do Legislativo”

Denúncia é feita na Câmara e silêncio impera no plenário
Foto: Reprodução/YouTube/CMI

A senhora Rosilene Gomes de Moura, que é cuidadora voluntária de idosos e acamados, compareceu à Câmara de Itaúna, quando ocupou a Tribuna Livre para fazer uma denúncia de abuso de autoridade que, segundo ela, foi cometida contra o seu filho. Conforme a denunciante, o seu filho trabalhava em uma barbearia no Bairro Aeroporto. O movimento de clientes usando moto, principalmente, estaria incomodando vizinhos e um policial militar residente naquele bairro, ainda conforme a denunciante, esteve no local e mandou que a barbearia fosse fechada.

O rapaz não obedeceu à ordem do militar, por não ver legalidade a questão. Porém, como disse Rosilene, após este ocorrido, compareceu ao local uma viatura do Corpo de Bombeiros, quando o comércio foi interditado, por falta de alvará. A mãe disse que concorda com o fato, apesar de que, nos demais comércios localizados nos bairros, poucos são os que detêm o documento. Tão logo a equipe do Corpo de Bombeiros deixou o local, três policiais militares chegaram à barbearia e realizaram uma quebradeira no local, conforme Rosilene. Disse a denunciante que vários objetos foram danificados, como um sofá, espelhos e enfeites.

Continuando, disse que seu filho foi levado para o quartel da PM, para onde ela foi, acompanhada de uma parente para saber o que se passava. Disse que ouviu gritos e que, após algum tempo, os policiais trouxeram o seu filho, de cabeça baixa, visivelmente amedrontado, e que um dos militares fez com ele negasse que havia sido agredido. Também foi dada uma ordem a seu filho, por um dos militares: “A partir de hoje, dia 14 de janeiro, você está proibido de colocar a mão no bolso para tirar o celular; se isso acontecer quando a viatura da polícia estiver passando, vamos atirar em você”. Após a fala da mãe, denunciando o fato, a reunião teve continuidade, sem nenhuma manifestação dos vereadores, apesar de Rosilene ter dito que estava ali em busca de manifestação da Comissão de Direitos Humanos do Legislativo.

Após o silêncio dos edis e a continuidade da reunião, cerca de 10 minutos depois da participação de Rosilene Gomes de Moura, o presidente da Casa, Antônio de Miranda, informou a ela que “vamos passar a sua reivindicação à Procuradoria da Casa, para ver qual deve ser o encaminhamento”. Pessoas que acompanhavam a reunião afirmaram à reportagem que não se tratava de “reivindicação”, mas de uma “denúncia da maior gravidade” e que “o mínimo que se esperava era que a Comissão de Direitos Humanos assumisse imediatamente o caso. Ou ficaram com medo, por se tratar de denúncia contra a polícia?”. Uma senhora desabafou, em seguida: “O cidadão está acuado, não encontra apoio onde deveria...”.