Direção apresenta balanço de 2024 com saldo positivo
Atendimentos realizados pelo SUS e não recebidos mensalmente ultrapassam 2,1 milhões

O provedor do Hospital “Manoel Gonçalves”, Antônio Guerra, acompanhado do membro da direção da instituição Samuel Nicomedes Herculano e do administrador Ronaldo Oliveira, compareceu à Câmara Municipal, para participar da reunião ordinária dos vereadores, na terça-feira, dia 8. Na ocasião, foi apresentado o balanço relativo ao exercício de 2024, que já havia sido apresentado na reunião do Conselho de Curadores em março, e uma boa notícia, que foi anulada, porém, a partir de informações de situação que vem ocorrendo há anos. Primeiro, os números da receita de 2024 do Hospital chegam à casa dos R$ 94,4 milhões, sendo que as despesas alcançaram R$ 94,1 milhões. Assim, o Hospital encerrou o ano de 2024 com resultado líquido superavitário de R$ 265.912,58. Porém uma outra situação anulou esse resultado.
Conforme foi esclarecido aos edis, o Hospital tem uma pactuação com o SUS para a utilização de 60% da sua capacidade instalada. Isso quer dizer que a oferta paga pelo Ministério da Saúde (MS), conforme a contratação, é de 60% do serviço ofertado. Só que, na realidade, 84% do serviço prestado pelo Hospital é realizado por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, 24% da prestação do serviço feito à população não é remunerado pelo SUS. E esses 60% que são pagos pelo MS são com base na tabela, que não é corrigida desde 2008, ou seja: 17 anos sem correção. Isso representa um déficit mensal de mais de R$ 2 milhões nas contas da instituição.
A maneira de solucionar esse problema seria realizar uma nova repactuação com o SUS, aumentando a contratação, que hoje é de 60%, para pelo menos 80% (levando-se em conta que 84% do atendimento do Hospital é feito por meio do SUS). Também é necessário que a tabela do SUS seja corrigida. Essas questões só se conseguem com ações políticas e, conforme críticos, fica muito difícil, visto que os políticos com mandato, atualmente, “preferem priorizar a questão de conseguir anistia para políticos amigos, impedidos de disputar eleições”. E, assim, o balanço do Hospital, que no exercício de 2024 apresenta saldo positivo, também traz a informação de que o resultado operacional apresenta saldo negativo de R$ 22.773.776,34.
“Calote” do governo passado
Uma informação repassada no encontro é de que os recursos previstos (que teriam sido contratados pela Prefeitura) e não repassados, de cerca de R$ 6 milhões, não estão contabilizados nos números apresentados. Essa é uma questão local, que precisa ser solucionada, assim como o foi a questão do subsídio nas passagens de ônibus. A Câmara tem, neste caso, a função de levantar detalhadamente a situação e cobrar uma solução para o problema, na opinião de observadores que acompanharam a exposição da direção do Hospital.