E viva a sua Majestade!

E viva a  sua Majestade!




Na segunda-feira, assistindo ao canal de TV GloboNews, ouvi e li que o jornal New York Times e a revista New Yorker declararam apoio à Kamala Harris, candidata à presidência dos Estados Unidos da América. A notícia foi dada com naturalidade e também ouvi com muita naturalidade. E estou abrindo este editorial com está observação porque, no início da semana, passei por um entrevero criado por um dos candidatos a prefeito, que, suponho, se achou no direito de “entender” que nós deveríamos fazer jornalismo conforme a visão dele, ou seja, conforme a sua conveniência eleitoral. 

Como o leitor já deve ter percebido, nesta edição estão sendo publicadas as entrevistas com os três candidatos a prefeito. E como estamos em período de campanha, quando a agenda dos candidatos e a nossa na redação é muito corrida, optamos por enviar as perguntas aos candidatos via WhatsApp, mas, antes, conversamos com cada um, explicamos que faríamos 8 perguntas, mesmo número para todos, e que as perguntas seriam formuladas conforme o perfil do candidato. Parece que um dos candidatos entendeu que as perguntas seriam iguais para todos e não gostou das perguntas formuladas pelos três jornalistas da FOLHA, Sérgio Cunha, Brígida Gonçalves e Renilton Pacheco. E uma das perguntas, ao que parece, o incomodou mais, a que questionava o porquê de ele estar fazendo uma campanha muito agressiva e de baixo nível. É minha opinião.

Por isso, ele se achou no direito de questionar o editor do jornal, que sou eu, via WhatsApp, e também inicialmente optou por não responder à entrevista. Na tarde-noite da segunda-feira, 30 de setembro, antes das 18 horas, dois candidatos já tinham enviado as respostas, menos um deles: o candidato Maurício Nazaré. Mesmo tendo comunicado o horário de entrega, optamos por entrar em contato com o candidato e com o seu assessor direto. Tentamos ligar por várias vezes e não obtivemos sucesso, resolvemos fazer mais uma tentativa para encerrar a questão, e seu assessor resolveu atender, comunicando que o candidato não responderia às perguntas. Falei com ele: “Acho que ele está fazendo besteira, mas...”. Ele respondeu: “É sua opinião”. Eu retruquei: “Sim, é minha opinião”.

Na terça-feira, 1°, diagramamos as entrevistas dos dois outros candidatos que cumpriram com o combinado, e também as perguntas feitas ao candidato Maurício Nazaré, que havia optado por não responder, para que o leitor tomasse conhecimento do que o jornal queria saber para levar até o conhecimento do leitor. Estávamos com as páginas prontas para serem enviadas para a impressão, quando recebemos um telefonema do assessor direto do candidato, comunicando que ele “decidiu” responder às perguntas da entrevista e que iria encaminhá-las. Pois bem, mesmo estando com tudo pronto e sabendo que complicaríamos a impressão do jornal na gráfica, optamos por publicar suas respostas para que todos os três candidatos tivessem a oportunidade de mostrar ao eleitor quais as suas intenções para resolver os principais gargalos da cidade. Resolvido o primeiro capítulo.

Como todos sabem, a FOLHA tem como slogan JORNAL TEM QUE TER OPINIÃO e faz muito tempo que mantemos esse slogan e a mesma postura. Temos opinião política, sim, principalmente quando se trata de nossa Itaúna, e desta vez nossa opinião é por um candidato que entendemos ser o melhor no momento para administrar a cidade, porque conhece bem o meio político, pois atua nele faz muitos anos e se aliou a um jovem promissor, que tem política no sangue e lá na frente será, com certeza, prefeito, deputado etc. E, mais que isso, será um político itaunense. 

Nossa decisão, não foi aceita pelo candidato Maurício Nazaré, que passou a nos enxergar de forma diferente. É natural, mas o respeito não pode faltar. E na terça-feira, dia 1° de outubro, esse respeito faltou. Como afirmamos acima, depois de tudo resolvido, tivemos que fazer verdadeiro malabarismo para encaixar a entrevista do Senhor Maurício Nazaré na edição, mas conseguimos. E não é que de repente o candidato, então, resolveu nos fazer raiva ou deixar bem claro que não confia em nossa pessoa, nossas atitudes e no nosso profissionalismo! E entendemos isso quando um funcionário do comitê do candidato chegou à redação da FOLHA e nos entregou um envelope contendo as respostas da entrevista do candidato e pediu para que nós protocolássemos uma via. 

Sinceramente, o “sangue subiu”, pois o candidato, a Majestade, Maurício Nazaré, com o pedido de protocolo, estava nos considerando “moleques” e desonestos, ao desconfiar que mexeríamos em suas respostas. Não há outra explicação. Ou será que ele achou que não publicaríamos a sua entrevista, mesmo depois de recebê-la fora do prazo estipulado? Se falamos que publicaríamos, o assunto estava encerrado. Sempre preservamos o profissionalismo, e por isso estamos aí com o jornal circulando por quase 30 anos initerruptamente. Temos opinião, sim, e fazemos questão disso. Principalmente quando o assunto é política e políticos. Mas publicamos a verdade, trabalhamos com fatos e não estamos preocupados se um ou outro político, ou mesmo leitor e/ou eleitor, não gosta do que o jornal publica ou como se posiciona.  

O jornal tem é que trabalhar para que Itaúna cresça, melhore cada vez mais a qualidade de vida e que ofereça à população serviços de qualidade e com presteza. Não estamos preocupados se vai ganhar esse ou aquele. Temos, sim, nossa opção e opinião, mas, antes de qualquer coisa, entendemos que primeiro vem o povo. E, para que esse povo tenha uma cidade 100%, é necessário que o candidato a prefeito saiba muita coisa, inclusive, conhecer a cidade em que nasceu e que pretende administrar, não basta ser formado nisso ou naquilo, e muito menos ser empresário de sucesso. É preciso muito mais, inclusive, sensibilidade política, humana e filosófica. Vamos às eleições. E, repetindo e fechando: JORNAL TEM QUE TER OPINIÃO.