ECONOMIA - Itaúna tem a terceira melhor renda média de Minas

Cálculo é feito a partir da declaração do Imposto de Renda dos habitantes

ECONOMIA - Itaúna tem a terceira melhor renda média de Minas


Itaúna aparece em destaque no ranking “Mapa da Riqueza no Brasil”, com a terceira melhor renda média dos municípios mineiros, abaixo apenas de Nova Lima – primeiro lugar no País – e Belo Horizonte. O levantamento é da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Social e mapeia “fluxos de renda e estoques de ativos dos mais ricos brasileiros a partir do último Imposto de Renda da Pessoa Física disponível”, que neste caso é o de 2020.

As dez melhores rendas médias de Minas são, pela ordem, Nova Lima: R$ 8.897; Belo Horizonte: R$ 2.925; Itaúna: R$ 2.581; Brumadinho: R$ 2.087; Lagoa Santa: R$ 2.022; Uberlândia: R$ 1.820; Juiz de Fora: R$ 1.779; Araxá: R$ 1.689; Poços de Caldas: R$ 1.633; Uberaba: R$ 1.630. As dez piores rendas médias de Minas Gerais são, pela ordem, Verdelândia: R$ 62; São João do Pacuí: R$ 78; Monte Formoso: R$ 81; Cônego Marinho: R$ 87; Matias Cardoso: R$ 87; Fruta de Leite: R$ 88; Pedras de Maria da Cruz: R$ 89; Pintópolis: R$ 89; Mamonas: R$ 89; e Santo Antônio do Retiro: R$ 90. Estes municípios têm rendas médias equivalentes a uma 25ª parte da renda média itaunense, o que demonstra a distância social entre estes municípios.

O estado de Minas Gerais, no ranking nacional, tem a nona renda média mensal, com R$ 1.153,00, abaixo da renda média nacional que foi de R$ 1.310,00, englobando os 27 estados. A renda média itaunense é, portanto, duas vezes maior que a renda média nacional e mais que duas vezes a renda média mineira. O cálculo demonstra que em Itaúna “corre dinheiro”, como se diz popularmente, mesmo que esse dinheiro esteja concentrado em um número pequeno de pessoas, que é o que aponta a estratificação por classes no município, como já mostrou a reportagem da FOLHA. As classes A e B representam menos de 5% do total da população.

Entendendo o significado do ranking

O fato de um município ter a renda média mais alta, porém, não significa que toda a população está incluída nesta situação. Esta renda média, como informado acima é calculada a partir da declaração do imposto de renda das pessoas. Quem teve ganhos abaixo de R$ 28.559,70, em 2020, não precisava declarar o IR. Assim, as pessoas com salários de até 2.191,90, em 2020 (total, dividido por 13, que representam os salários mais o 13º), não estão incluídos no grupo de declarantes. Restam aqueles que ganharam mais que este valor mensal, para se fazer o cálculo.

Somados os ganhos de todos estes declarantes do imposto de renda, chega-se a um total geral que é dividido pela número das pessoas que declararam, para se obter a renda média. Para se ter uma noção da situação real, segundo o IBGE, em 2020 o salário médio do trabalhador itaunense era de 2.2 salário mínimos, o que representa R$ 2.285,80. Com o desconto do INSS, de 11% sobre este valor, o líquido – que seria o valor tributável pelo IR – está abaixo do limite de quem é obrigado a declarar. Desta forma, quem recebia o salário médio apurado em Itaúna, em 2020, não entra no cálculo do ranking. Assim, a renda média de Itaúna estar na terceira posição no Estado é um bom sinal, porém não muito, se considerado o total da população, que não está incluída no cálculo.