Indústria tem resultados negativos durante o ano

Mais 105 novas vagas foram criadas em novembro de 2023

Indústria tem resultados  negativos durante o ano
Foto: Reprodução/CAGED




No final do mês de dezembro, o Caged – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Governo Federal, divulgou os números relativos a novembro de 2023 e mais uma vez Itaúna teve saldo positivo. Desta feita o setor de comércio é que puxou os números positivos e, mais uma vez, a área da indústria apresentou números negativos. Com os últimos dados, Itaúna ultrapassou os dois milhares de novos empregos com carteira assinada criados no ano, restando apenas os dados de dezembro para que se feche os 12 meses de 2023. E novamente o município é destaque no estado, já que o total de vagas criadas em Minas é de 808. Portanto Itaúna criou cerca de 13% do saldo positivo de Minas Gerais em novembro. Este é realmente um número de destaque dentre os 853 municípios mineiros.

A geração de vagas por setor ficou assim: agropecuária com saldo positivo de um emprego; construção civil, com 26 novas vagas, desta feita ficou com a terceira colocação. O segundo lugar foi ocupado pelo setor de serviços, com 47 novos empregos; e o primeiro posto, desta feita, é ocupado pelo setor do comércio. Essa performance se deve, inclusive, às contratações para o período natalino. E mais uma vez o setor de indústria (veja comentário mais à frente) é o destaque negativo de Itaúna, com 92 demissões.

Os números, no ano de 2023 são os seguintes: janeiro foi negativo, com 76 demissões. Em todos os outros meses teve saldo positivo: fevereiro, 130; março, 470; abril, 102; maio, 231; junho, 120; julho, 4; agosto, 467; setembro, 50; outubro, 430; e novembro, 105. O estoque de empregos com carteira assinada em Itaúna está próximo dos 30 mil, com 29.732 pessoas trabalhando com carteira assinada, após o saldo positivo até aqui, de 2023, de 2.019 novos empregos.

Indústria mantém “viés de baixa”

Se a construção civil tem garantido, na maioria das oportunidades, o saldo positivo para Itaúna na geração de empregos, por outro lado o setor da indústria é o destaque negativo, com seguidas quedas no número de empregos. O setor, que sempre foi o maior empregador de Itaúna, está perto de perder o posto, já que acumulou 573 demissões de saldo em 2023. Apenas nos meses de março (127), junho (3) e agosto (19), o setor da indústria apresentou saldo positivo. Nos meses seguintes teve registro de desemprego no setor. Em janeiro, foram 90 demissões; fevereiro, 22; abril, 143; maio, 75; julho, 145; setembro, 50; outubro, 2; e novembro, 92. Somadas, essas demissões perfazem 722 desempregados.

Com este cenário, o setor da indústria está perto de perder o posto de maior empregador do município, ocasionando assim uma mudança sensível na economia local, que passa a ser mais volátil, apontam especialistas. O ano começou com o setor da indústria com estoque de 10.729 empregos com carteira assinada, nada menos do que 1.214 empregos a mais do que o setor seguinte, que é o de serviços, que em janeiro tinha 9.515 empregos formais. Agora, em novembro, o setor da indústria apresentou 10.232; e o de serviços, 10.140, com a diferença caindo para 92 empregos.

Construção civil dobrou número de empregos

O setor da construção civil foi o que teve a melhor performance, no ano, com crescimento de quase 100% no número de empregos formais em Itaúna. Em janeiro, a construção civil empregava 1.673 pessoas e em novembro este número saltou para 3.344, com crescimento de 1.671 novas vagas. O comércio cresceu 299 novos empregos em 2023, saindo de 5.238 em janeiro para 5.537 empregos com carteira assinada em novembro. Até o setor do agronegócio mostrou crescimento, com 11 novas vagas criadas em 2023, até aqui. Saiu de 468 em janeiro para 479 em novembro. Somente a indústria demitiu.

Conforme especialistas, este é um sinal de que está havendo uma mudança na economia local, com perda de importância do setor da indústria de forma continuada. E isso não é um bom sinal, visto que os empregos nesta área são mais duradouros que os da construção civil, por exemplo. E o problema pode se agravar com o comportamento da Prefeitura em relação ao setor da construção civil que, se começar a demitir, pode gerar uma crise no município no setor da empregabilidade. Para se ter vagas criadas nos setores de comércio e serviços, e até no agronegócio, é fundamental que novas vagas sejam criadas nas áreas de indústria e construção civil. A falta de incentivo à implantação de novas indústrias na cidade pode ser um alerta importante que, somada às muitas questões existentes de embaraços na área da construção civil, acabam por influenciar negativamente nos demais setores. 

“Não basta anunciar com estardalhaço os números positivos, é preciso atuar para manter a empregabilidade e incentivar as indústrias e a construção civil”, apontou um empresário ouvido pela reportagem.