Mais de 32 mil trabalhadores com carteira assinada
Remuneração média do trabalhador itaunense é menor que a do brasileiro no geral
Estamos chegando ao final de mais um ano e, também, de um mandato municipal. Em 31 de dezembro, além de registrarmos o último dia do ano de 2024, também constataremos o final do mandato do atual prefeito, da vice (que renunciou ao cargo para assumir uma vaga temporária de deputada federal) e de 17 vereadores. Na Câmara, boa parte dos edis retornam com novo mandato. É tempo, porém, de realizarmos um balanço do ano em alguns setores.
Em relação ao mercado de trabalho, assim como no restante do País, o quadro é favorável. O desemprego no Brasil baixou à menor taxa dos últimos dez anos, caindo a 6,2% da população ativa. Há alguns anos, chegou a mais de 14%, como ocorreu em 2021, e em torno de 12%, em 2022. E esta queda no desemprego repercutiu na maioria das cidades e, inclusive em Itaúna.
Em 2024, os itaunenses ganharam nada menos do que 1.552 novos empregos, elevando o estoque de pessoas trabalhando com carteira assinada, a 32.285 habitantes. É um aumento considerável, no estoque de empregos, se considerarmos que em 2021, início do atual mandato, este estoque era de 28.247 pessoas trabalhando com carteira assinada. O saldo positivo é de 4.038 novos empregos, até outubro de 2024. Os números de novembro devem ser divulgados nos primeiros dias de janeiro de 2025 e os de dezembro, em fevereiro. Só então poderemos fazer um balanço completo do setor.
Mas a renda média está bem abaixo da nacional
Se a situação de pleno emprego no País, experimentada nos últimos dois anos, como denominam os economistas, é muito boa e a situação local também é muito favorável aos trabalhadores, a renda média dos trabalhadores itaunense levando em consideração os números possíveis de se alcançar, é bem menor do que a média nacional.
Não existe um estudo local que possa apresentar a renda média do trabalhador itaunense. E apesar de Itaúna contar com uma Universidade e com entidades empresariais de destaque, este trabalho não consta em nenhum destes segmentos e é uma falha que a próxima administração pode buscar em parceria com um destes setores. Assim, a reportagem buscou informações acerca de profissões, para chegar a uma remuneração média.
Encontramos dados que podem ser comparados, nas funções de “motorista”, “operador” e “vendedor”, que oferecem dados públicos, no Brasil e em Itaúna, para comparação. Assim, a remuneração média em âmbito nacional nesses setores é de R$ 2,3 mil. Já para os trabalhadores itaunenses nas mesmas condições, é de R$ 1,9 mil, o que repete estudo encontrado no site caravelas.info, meses atrás.
A remuneração média dos trabalhadores no País para essas funções é a seguinte: motoristas, R$ 2,5 mil; operador, R$ 2,2 mil; vendedor, R$ 2,2 mil. Já para as mesmas funções, em Itaúna, os salários médios são estes: motoristas, R$ 2.189,00; operador, R$ 2.085,00; e vendedor, R$ 1.549,00.
Falta ação política
Esta situação poderia melhorar caso ocorresse um trabalho por parte das classes políticas locais. Porque é visível que tanto os políticos do Poder Executivo quanto do Poder Legislativo não atuam com um trabalho voltado para esta questão. Na Prefeitura, o que vimos são divulgações de “geração de emprego”, na Câmara, aprovação de terrenos para implantação de empresas. E fica nisto.
Não há um programa elaborado, por exemplo, para a formação de mão de obra especializada. Não existe um projeto de desenvolvimento como o que pôde ser visto mais recentemente em Itatiaiuçu e Pará de Minas, por exemplo. Em Pará de Minas o poder público trabalhou e trabalha na formação de um polo de segurança; em Itatiaiuçu, em atração de novas empresas com foco na diversificação da economia que hoje se concentra na mineração.
A expectativa dos itaunenses é de que, nos próximos anos, possam surgir novas propostas que levem o município de Itaúna a gerar um mercado novo, como ocorreu, por exemplo, quando a Cia. Itaunense pediu falência. Várias indústrias, de seguimentos diversificados se instalaram na cidade: Saint Gobain, Magnetti Marelli e Patense, em áreas distintas; além do crescimento da empresa local, Intercast.
Itaúna tem vocações como a área da reciclagem e da indústria da beleza e da alimentação saudável, por exemplo, que aguardam um programa local, voltado para o seu desenvolvimento. Falta ação política neste sentido. E que venha esta ação, nos próximos anos, com novas mentalidades...