Minas Gerais registra mais de 400 incêndios em 24 horas

Minas Gerais  registra mais de 400  incêndios em 24 horas


Minas Gerais já registra mais de 120 dias sem chuvas e as queimadas estão se intensificando e causando danos à fauna e à flora, além de prejudicar o fornecimento de energia elétrica no estado ao danificar equipamentos.

Somente em agosto, conforme os dados, somaram-se 5.935 incêndios em vegetação, um aumento de 79,9% em relação ao mês de julho. De acordo com os últimos dados atualizados do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), houve pelo menos 424 acionamentos em todo o território mineiro, das 17h do dia 2 de setembro até as 17h do dia 3.

Considerando todo o ano de 2024, até o momento, segundo dados do Corpo de Bombeiros, foram registrados mais de 16 mil focos de incêndio no estado. 

Levantamento da Cemig

De acordo com levantamento da Cemig, 159.505 unidades consumidoras tiveram o serviço interrompido pelas queimadas apenas em julho. Esse número é mais de três vezes superior ao de clientes interrompidos no primeiro semestre deste ano (janeiro a junho), quando os incêndios provocaram falta de energia para pouco mais de 45 mil consumidores.

Em comparação com o semestre do ano passado, o número de ocorrências é quase quatro vezes maior. Em 2023, a companhia registrou quase 55 mil unidades consumidoras interrompidas em 112 incidentes provocados por incêndios. Neste ano, o número já ultrapassa 205 mil clientes em 184 ocorrências no sistema elétrico da Cemig. 

O engenheiro de Sustentabilidade da Cemig, Demétrio Aguiar, explica que as queimadas são feitas em locais de difícil acesso, o que torna complicado o trabalho das equipes de manutenção da companhia, dificultando o restabelecimento do serviço à população. “Um dos maiores desafios para as equipes de campo é chegar ao local da ocorrência para fazer o reparo. Normalmente, são locais de difícil acesso e em áreas rurais muito amplas. Além disso, levar estruturas pesadas, como torres e postes, em áreas acidentadas, torna ainda mais complexa a manutenção das redes danificadas pelas queimadas”, explica Aguiar.

Focos de incêndios

Com o objetivo de prevenir e combater os incêndios, o Governo de Minas tem utilizado tecnologia avançada, como monitoramento por satélite e equipes estratégicas em campo. O trabalho é desenvolvido pelo Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), coordenado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e conta com a participação de 18 instituições federais, estaduais e municipais. Ao todo, cerca de 800 brigadistas ajudam no enfrentamento aos incêndios em todo o estado.

Neste ano, a novidade é o uso da tecnologia de satélites para identificar focos de incêndio no estado por meio de sensores de calor. De acordo com a corporação, 80% dos focos de incêndio são combatidos em menos de 24 horas.

A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) também auxilia no combate inibindo ações criminosas nas florestas do estado através da Operação Verde Minas, que mobiliza mais de 900 policiais militares em conjunto com a Defesa Civil e a Secretaria de Meio Ambiente, para realizar o policiamento nas zonas rurais e inibir incêndios provocados por pessoas.

Queimada é crime

De acordo com o art. 41 da Lei 9.605/98, provocar incêndio em mata ou floresta é tipificado como crime ambiental, que pode resultar em pena de reclusão de dois a quatro anos, além de multa. Além disso, é proibido o uso de fogo em áreas de reservas ecológicas, preservação permanente e parques florestais. Em caso de incêndios, a Cemig (116) e o Corpo de Bombeiros (193) devem ser avisados o mais rápido possível.