MS informa primeira morte pela doença em Minas
Vítima morava em Bragança Paulista e se dirigia todos os dias a Extrema, no sul do estado. Local da contaminação é investigado. Governo indica vacina como forma de prevenção

Um homem foi a primeira vítima fatal da febre amarela em 2025 no estado de Minas Gerais, segundo informações do Ministério da Saúde. A morte foi informada oficialmente pelas autoridades sanitárias na terça-feira, dia 4. Porém, o local exato da infecção pela doença ainda está em investigação, pois a vítima residia em Bragança Paulista, São Paulo, e todos os dias ia para Extrema, cidade mineira, na divisa dos estados, no sul de Minas. Com o anúncio o Ministério da Saúde – MS informa que Minas Gerais é o segundo estado a registrar morte pela doença no ano de 2025. O primeiro estado a registrar óbito por febre amarela foi São Paulo.
Conforme as autoridades, a morte alerta para o fato de ter ocorrido bem mais cedo do que em 2024, que só registrou óbito pela doença no estado mineiro em abril. A ocorrência registrada em janeiro aponta para risco da disseminação da doença com mais intensidade. A informação acrescenta que Minas Gerais também registra um caso positivo da doença em primata não humano (PNH), no município de Toledo, também no sul de Minas.
Conforme o médico infectologista Leandro Curi, a situação é “assustadora”, uma vez que uma doença para a qual se tem uma vacina ainda está matando, conforme reportagem publicada na quarta-feira, dia 5, no jornal O Tempo. “É muito triste saber que uma vacina tão antiga não está atingindo a cobertura necessária. Com pelo menos 95% da população protegida, isso diminui as chances de propagação da enfermidade”, lembrou ele, para destacar que é necessário vacinar contra a febre amarela como forma de prevenção à doença.
A febre amarela, assim como a dengue, zika e chikungunnya, é transmitida pela picada de um mosquito. Porém, para o caso da febre amarela, a vacina já é aplicada nas unidades de saúde há vários anos. Conforme o MS, a cobertura vacinal contra a febre amarela em Minas Gerais está em 86,30%, sendo que a meta vacinal estabelecida pelo Programa Nacional de Imunização é de 95% de cobertura. Outra questão que deve ficar esclarecida é que os macacos não são os transmissores da doença em potencial, mas, assim como os humanos, são vítimas da picada do mosquito.
São transmissores da febre amarela os mosquitos das espécies Haemagogus, Sabethes ou o mais popular, que também transmite dengue, chikungunnya e zika, o Aedes aegypti. O mosquito pica tanto humanos quanto macacos e, quando infectados, transmitem a doença. Assim, o que deve ser combatido é o mosquito. E, para a febre amarela, a prevenção é a vacina, aplicada com sucesso desde os anos de 1939/1940, portanto há mais de 85 anos.