Neider Moreira responde à FOLHA e diz que “não é chantagem, é fato!”

Finalmente o prefeito de Itaúna abordou sobre as obrigações da empresa, caso o subsídio à Viasul seja aprovado e aponta “equívoco” de quem preparou o projeto enviado à Câmara, por não ter encaminhado “essas condicionantes”.

Neider Moreira responde à FOLHA e diz que “não é chantagem, é fato!”
Reprodução de vídeo enviado à FOLHA pela assessoria da PMI


Tão logo a FOLHA publicou no site a matéria sobre a audiência pública e o vídeo distribuído pela Prefeitura, sobre a polêmica em torno do repasse do subsídio à Viasul, de RR$ 10 milhões neste ano e mais um valor que deve ser de cerca de R$ 16 milhões, no próximo ano, o prefeito respondeu ao jornal. Em áudio encaminhado à redação, Neider Moreira contestou o termo “chantagem”, colocado na matéria e disse que “não é chantagem, é fato!”

E continuou afirmando que o “fato” está no “estudo técnico feito pelo CEFET, que não deixa dúvidas. Se a Câmara não aprovar isso, infelizmente a Prefeitura tem que dar o aumento de tarifa. É o que o estudo demonstra para a Prefeitura”, disse o prefeito, colocando o Município sem opção a não ser fazer o repasse para a Viasul.

E afirmou que não tem condição de não dar o aumento (caso não seja aprovado o subsídio), “sob risco de insolvência da empresa”. Esta postura do município tem sido apontada como de defesa da empresa, em detrimento da população, na opinião de críticos.

E reafirma o prefeito Neider que “então, quando estou dizendo que, se não votar vai ter aumento, isto é um fato”, repetindo o que para muitos soa como uma chantagem aos vereadores que, não aprovando o subsídio à Viasul são colocados na posição de terem preferido que a passagem tenha aumento.

“Isso não é chantagem”, disse Neider, “é um comunicado que estou fazendo à população. Eu dependo disso (aprovação do subsídio) para não dar o aumento da tarifa”, afirmando ainda que o Municipio tem condições financeiras para arcar com a despesa.

Comparação com outras cidades

Neider continua no áudio enviado à FOLHA, afirmando que “os problemas gerados pela pandemia, no transporte público, é nacional... foram enormes, é uma crise de extensão nacional, hoje”. E citou os R$ 512 milhões repassados às empresas do transporte público de Belo Horizonte, pela Prefeitura.

Em matéria recente da FOLHA, publicamos o cálculo sobre o custo por cidadão, na Capital do Estado, que é de 221,11 para cada um dos mais de 2 milhões de habitantes. Caso o valor de subsídio de Itaúna seja de R$ 26 milhões, como apurado nos bastidores, o valor para cada habitante itaunense será de R$ 270,92, ou seja, o itaunense pagaria 22,52% a mais que o morador da capital.

Enfim, o prefeito falou sobre condicionantes para fazer o repasse à Viasul

Concluindo o áudio encaminhado por Neider Moreira, ele abordou a questão bastante apontada, inclusive pelos vereadores, sobre a falta de informações no projeto encaminhado ao Legislativo, para que seja feito o repasse de R$ 10 milhões este ano à Viasul e aberta a possibilidade na legislação para o complemento do valor, no próximo ano.

“Naturalmente que a empresa (Viasul) vai ter condicionantes para poder receber, se a Câmara aprovar”, disse. E completou: “nós estamos inclusive mandando essas condicionantes para a Câmara. A empresa vai ter que renovar a frota, entregar o número de guaritas que estão atrasadas com a Prefeitura, tem que disponibilizar o sistema para que o passageiro saiba em quanto tempo o ônibus vai passar...”, afirmou.

E apontou ‘os culpados’ por não terem enviados as condicionantes junto com o projeto à Câmara: “se isso não foi enviado conjuntamente com o projeto para a Câmara, foi ‘um equívoco’ da equipe que preparou o projeto, mas seguramente será enviado”, prometeu.

E afirmou que as condicionantes serão enviadas “para ser anexado ao projeto” e reafirmou que “existe uma série de condicionantes que estão no trabalho e que serão enviadas”, concluiu.

Essas condicionantes, aliás têm sido questionadas por vereadores e pela população em geral, com base nas questões aprovadas em outras cidades, a exemplo de Belo Horizonte. Como disse o vereador Alexandre Campos, na audiência pública, “não sou contra se discutir a reparação dos prejuízos causados pela pandemia, mas queremos saber o que a população será beneficiada com isso”.