NÓS NÃO PRECISAMOS DELES... ASSIM PENSA O TRUMP
Tarifa americana ao aço pode impactar a região
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“A nossa nação precisa que aço e alumínio sejam produzidos nos Estados Unidos, não em terras estrangeiras.” Essa foi a afirmação feita pelo presidente americano, Donald Trump, ao assinar na segunda-feira, dia 10, ordens executivas que impõem tarifa de 25% sobre o aço e ao alumínio a partir do dia 12 de março. Ele mesmo, que já havia dito que “nós não precisamos deles...”. A medida afeta diretamente o Brasil, que é o segundo maior fornecedor de aço aos Estados Unidos, atrás apenas do Canadá, e afeta, inclusive, cidades que produzem a matéria-prima para a produção do aço, no caso o minério de ferro, como Itatiaiuçu, que sedia empresas como a ArcelorMittal, Usiminas e Minerita, dentre outras. E também Itaúna, que tem na siderurgia uma das forças da sua economia. A política tarifária de Trump é parte de suas promessas de campanha para “tornar a América grande novamente” — seu slogan eleitoral. Ele, Trump, prometeu aumento de tarifas em diversos produtos importados, para privilegiar as empresas americanas contra a concorrência internacional. Com a medida, um dos setores mais tradicionais na economia e no comércio exterior brasileiro, a indústria de aço e do alumínio, enfrenta um futuro incerto. De acordo com um relatório do Itaú BBA, produtoras nacionais sem capital aberto, como a ArcelorMittal e Ternium — responsáveis por mais de 80% das exportações, no caso do aço e que têm boa parte de seus negócios voltado para a exportação —, podem ser prejudicadas nesse novo cenário. Ainda de acordo com a Câmara Americana de Comércio do Brasil (Amcham), que possui mais de 3,5 mil empresas associadas, com as tarifas, pode ocorrer a redução das importações brasileiras de produtos americanos. Em 2024, as empresas brasileiras importaram US$ 1,4 bilhão em carvão siderúrgico americano, utilizado para a produção do aço no Brasil. O Ministério da Economia se posicionou esta semana, afirmando que a posição do governo federal é a de cuidado e observação. E defendeu o diálogo como a melhor solução, uma vez que há espaço para conversações. O próximo passo é taxar o etanol, como prometeu Trump no início da semana.