Novo levantamento mostra queda, mas índice de Itaúna ainda é muito alto

Novo levantamento mostra queda, mas índice de Itaúna ainda é muito alto
Foto: Arquivo/FOLHA




A Prefeitura de Itaúna divulgou, no início da semana, que, mesmo após redução no índice de casos, a situação do município ainda é de Alto Risco, com 4,3% de constatação encontrado no último LIRAa – Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti, o segundo trabalho feito em 2024. Conforme os dados, a queda no índice foi sensível, caindo de 11,9% para os atuais 4,3%. Porém a classificação do Ministério da Saúde (MS) ainda enquadra a situação itaunense como sendo de Alto Risco. O Aedes aegypti é o mosquito transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela. 

Ainda segundo a divulgação da Prefeitura, a pesquisa (LIRAa) foi realizada entre os dias 13 e 17/05, sendo vistoriados 1.800 imóveis e coletados 125 tubitos com larvas, os quais foram encaminhados para análise no laboratório do setor de Vigilância Ambiental. Os bairros com maior número de imóveis positivos foram Graças, Santa Edwiges, Parque Jardim Santanense, Antunes, Várzea da Olaria, Vitória, Centro, Nogueira Machado, Morada Nova II e Tropical. 

Minas Gerais com mais casos 

Em matéria divulgada na mídia estadual, também no início da semana, a informação é de que Minas é o estado com mais casos de dengue no país. Minas registrou, até então, 1.431.174 casos prováveis da doença. Em seguida vem São Paulo, com 1.397.796; Paraná em terceiro, com 535.433; e Santa Catarina, com 288.212. No total, o Brasil registra 5.100.766. Ou seja, Minas Gerais registrou quase 30% dos casos de todo o país. 

Coincidentemente, no início do ano, quando explodiram os casos de dengue no estado, conforme a FOLHA já divulgou, a informação era de que 2023 foi o ano em que o estado menos investiu no combate à dengue, levando em consideração os últimos três anos. Os investimentos foram de R$ 64,4 milhões, em 2023; R$ 75,9 milhões em 2022; e R$ 123,2 milhões em 2021. Assim, o aumento de casos ocorridos em 2024 tem uma explicação mais que lógica: redução de investimentos no combate e, consequentemente, falta de planejamento para enfrentar o aumento de casos que era anunciado, conforme estudos científicos divulgados antecipadamente. 

Alegação para redução no investimento foi de que “dinheiro de 2021 ficou parado” 

A alegação do secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, médico Fábio Baccheretti, para a redução no investimento foi de que “o menor valor destinado às ações de enfrentamento às arboviroses no último ano ocorreu devido à quantidade de recursos “parados nos municípios”, uma vez que a quantia repassada em 2021 não foi aplicada, já que a epidemia das doenças — prevista para o ano seguinte — não se confirmou”. 

Com isso, fica claro que não há planejamento efetivo de combate preventivo à doença, e sim ações de “socorro” quando as previsões de aumento dos contágios se confirmam. Em Itaúna, por exemplo, quando a situação de registro de casos aumentou, e era necessária a instalação de uma sala de hidratação e atendimento especializado aos doentes, reforçou-se a campanha de limpeza de quintais e combate aos focos de água parada, em uma clara ação de “fechar a janela quando a porta já foi arrombada”, como apontou um especialista da área. 

Chegada do frio deve diminuir presença do mosquito. Combate deveria ser ampliado

A expectativa de técnicos da área é de que, com a chegada da temporada de baixas temperaturas (inverno), a incidência de mosquitos Aedes aegypti diminua, visto que o ideal para a sua proliferação são o tempo quente e o acúmulo de água parada. Conforme um profissional da área afirmou à reportagem, “agora é que deve ser aumentada a ação de combate aos focos. Quanto mais focos forem eliminados agora, menos mosquitos poderemos ter quando chegar o período de calor”, disse. “O combate ao mosquito e aos focos deve ser aumentado no período considerado de ‘entressafra’, para que seja diminuída a quantidade de larvas quando chegar o período de reprodução”, concluiu.