Os números de Itaúna para o dia 6 de outubro

Conforme rápida pesquisa da reportagem em canais de informação da internet, o Brasil apontou, em 2023, que 23,9% da população brasileira com idade superior a 25 anos possui grau de instrução de nível superior. Desses, 19,7 completaram a formação e 4,2 ainda estão com os estudos incompletos. Esses dados foram publicados pelo site poder360.com.br, em março deste ano. Em comparação, os números de Itaúna relativos aos eleitores não alcançaram a metade do índice nacional, ficando em 8,2% das pessoas com o curso superior completo e mais 3,76% que declararam ainda não ter completado a formação. 

No total, Itaúna fica com 11,96% da população eleitora (acima de 18 anos) com grau de instrução em nível superior de ensino, enquanto o índice nacional é de 23,9%. Assim, descontrói-se a afirmativa de que Itaúna seria uma “Cidade Educativa por excelência”, com a realidade sendo a de que o município necessita de um programa governamental para ampliar o acesso das pessoas à formação superior. Por sua vez, o índice brasileiro é menor do que a metade apontada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 38 países em torno de processos de desenvolvimento, da qual o Brasil faz parte. 

Esses números de Itaúna, que serão mostrados a seguir, apresentam uma boa oportunidade para que os grupos que disputam o poder político na cidade possam se organizar e apresentar propostas que busquem o desenvolvimento do município. Eles estão disponíveis no site do TSE, no setor de estatísticas. Podem ser a base para a construção de uma cidade melhor, caso os grupos políticos se interessem realmente pelo desenvolvimento da cidade, não apenas em assumir o poder político do município. 

Maioria do eleitorado é de mulheres

Apesar de o maior número de candidatos ser do sexo masculino, a maior parcela da população eleitora é formada por mulheres. São 51% de votos femininos contra 49% dos votos masculinos. E essa divisão por sexo pode ser avaliada também por faixa etária. Com idade acima de 79 anos são 1.562 mulheres e 1.067 homens. De 70 a 79 anos, 2.978 mulheres e 2.417 homens; de 60 a 69 anos, 5.378 mulheres e 4.744 homens; de 45 a 59 anos, 9.632 mulheres e 8.927 homens; 35 a 44 anos, 7.158 mulheres e 6.994 homens; 25 a 34 anos, 6.812 mulheres e 6.591 homens; 21 a 24 anos, 2.379 mulheres e 2.291 homens; e de 18 a 20 anos, 1.303 mulheres e 1.201 homens. Como os jovens não encontram pautas interessantes na política, a participação desta faixa etária é ínfima quando se trata de exercer o direito ao voto: apenas 73 mulheres e 67 homens com 17 anos e 23 mulheres e 23 homens com 16 anos estão aptos a votar. O eleitorado total é de 71.667 pessoas. 

A estratificação da população eleitora por grau de instrução é a seguinte: 29,97% (21.480 pessoas) têm ensino fundamental incompleto; 24,23% (17.364) declaram ensino médio incompleto; outros 22,38% (16.042) contam com ensino médio completo; 8,2% (5.878) têm o ensino superior completo; 5,42% (3.881) completaram o ensino fundamental; e 3,76% (2.695) ainda precisam completar o ensino superior. 

Um problema ainda mais grave em relação ao grau de instrução, que pode ser apurado nos números do TSE está nos percentuais de 4,5% (3.224 pessoas) que não têm grau de instrução a declarar, mas que sabem ler e escrever; e 1,49% da população eleitora (1.068 pessoas) se declara analfabeta. Na publicação do poder360.com.br citada acima, a classificação “sem instrução” aponta índice de 6% para o Brasil e incorpora os percentuais de saber ler e escrever e analfabetos, apontados pelo TSE, que em Itaúna somam 6,17%, portanto pouco acima da média nacional. É um problema que merece a atenção dos candidatos, somado à constatação da queda nos índices do IDEB, apontada em matéria desta edição.

Omissão da raça?

Outra questão bastante sintomática nos números do TSE está na declaração de raça dos eleitores. Simplesmente 93,35% (66.900) dos eleitores não têm a raça declarada. Somente 2,96% (2.122) se declaram brancos; 2,86% (2.048) pardos; e 0,82% (589 pessoas) declaram a raça preta. Ainda foi possível apurar que seis pessoas se declaram da raça “amarela” e duas pessoas informaram ser indígenas. Do total de eleitores quando a informação se refere a identidade de gênero, 17 pessoas se apresentaram como sendo transgêneros; 6,52 (4.670 pessoas) informaram se identificar como cisgênero; e 93.35% não informaram a identidade de gênero. 

E, concluindo, 61% dos eleitores, ou seja, 43.693 pessoas, declaram ser solteiros. Outros 32% (23.096 pessoas) declaram ser casados; 4% (2.645), divorciados; 2% (1.339), viúvos; e 1% (845) declararam estar separados judicialmente. Outras 49 pessoas não declararam o estado civil. Esses são números que podem orientar os candidatos em relação à estratégia de campanha e, principalmente, na formulação de propostas para a administração do município.