Passou do ponto. Agora é solucionar...

Quando o assunto é o transporte coletivo, a repactuação do preço da passagem, a cobertura dos prejuízos do período da covid, dentre outros... parece que vai ter uma solução, mesmo que não seja totalmente plausível para ambos os lados, surge um novo questionamento. E desta vez veio de um aliado fiel do atual prefeito, o vereador Gustavo Dornas Barbosa, que buscou afirmativas do advogado da empresa ViaSul para trazer à tona dúvidas em relação aos valores declarados e o que está sendo pedido. Apresentou ata da audiência da Comissão de Transportes do Legislativo, da qual era membro, e pediu ações do presidente da Câmara em relação ao caso junto à Justiça, com o trancamento da ação judicial, até que se chegue a uma conclusão “real”, segundo o vereador, do prejuízo da empresa e passe a ser discutido como pagar esse prejuízo.
Por outro lado, informações intramuros indicam que as conversações entre todos os envolvidos na questão de solução para as pendências em relação ao transporte coletivo urbano estão bastante avançadas e podem ser resolvidas nas próximas semanas. Aí, ficamos todos sem entender o que está acontecendo, porque se um aliado histórico do prefeito expõe uma situação delicada como a que o vereador Gustavo expôs em plenário... e com documentos que não podem ser questionados, pois são atas oficiais e vídeos com falas do advogado que contêm valores dos prejuízos no período alegado e que não batem com o pedido pela empresa ou pelo menos apresentados pela administração municipal anterior.
Entendemos que, diante dos fatos ocorridos na reunião do Legislativo da terça-feira, dia 25, não há outra opção para o presidente do Poder Legislativo a não ser encaminhar à Justiça pedido de trancamento da ação judicial, que já tem uma primeira decisão, que é o pagamento por meio de precatórios, para que se faça um novo levantamento dos prejuízos da concessionária, e aí a pendenga vai rolar ainda por muito tempo. Mas, nos bastidores, já são comentadas e apresentadas novas alternativas, vindas do poder Executivo, que podem ser concretizadas com o apoio dos vereadores e solucionar de forma prática a questão que incomoda a população, inclusive, a que não utiliza o transporte público. E a solução, que pode contar com subsídio para o barateamento da passagem e compra de novos ônibus, além de outros investimentos em pontos de ônibus, vai acabar saindo do bolso do cidadão, uma vez que é o Município que vai bancar isso. E, no nosso entendimento, não há alternativa. É isso mesmo.
Mas, ante toda essa confusão, esse vai e vem e as mudanças de posicionamento dos nossos políticos, chama nossa atenção o fato de que alguns vereadores ferrenhos adversários do prefeito que saiu, agora, estão sem saber como agir, pois faziam oposição e agora têm o dever de apoiar as propostas do “chefe”, votando a favor delas para acabar com a polêmica do transporte coletivo urbano. Essa é uma verdade incontestável, inclusive, para o próprio Gustavo Barbosa, que é amigo e companheiro político de todas as horas do prefeito Mitre, que, por sinal, está com muito boa vontade de dar fim ao problema de forma que fique bom para todos.
O que sabemos é que o povo quer uma solução no que se refere ao preço da passagem e à qualidade dos veículos e dos serviços. Esse povo, a grande massa trabalhadora que reside nos bairros e precisa do transporte todos os dias, não quer saber se há problemas de valores inconsistentes, de posicionamentos políticos, se vão pagar com precatório (nem sabem o que é isso) ou se vão discutir “o sexo dos anjos”. Querem um serviço bem prestado, barato e eficiente. Nada mais que isso. Quanto às jogadas, à busca de visibilidade e ao amadorismo político que acabam por escancarar a imbecilidade (que me desculpem a palavra, mas não tem outra), fica a questão da falta de respeito para com o cidadão, repito, com aquele que utiliza os serviços e os quer com a qualidade, pois paga para isso. Essa questão de se vai subsidiar e pagar os prejuízos da empresa é relativa. Já “esperneei” aqui mesmo neste espaço, achando absurdo pagar, mas cheguei à conclusão de que o que importa, repito, são os serviços de qualidade. Aí, sim, têm que ser. O pagamento, o subsídio, dentre outras coisas, já não importam mais... O dinheiro é do povo e tem que ser gasto com o povo. Mas com responsabilidade. E essa coisa de discutir o “sexo dos anjos”... é coisa de desocupado. Ou de desocupados. Ou, ainda pior, coisa de político iniciante que não vai conseguir atravessar pinguela, ou seja, não passa do primeiro mandato.