Plágio: “Nossa Itaúna, humana e pitoresca”

Plágio: “Nossa Itaúna, humana e pitoresca”




Começo o editorial desta semana plagiando o itaunense Péricles Gomide Júnior, o nosso engraçado e sarcástico Pancrácio Fidelis, que, na década de 60, lançou livros que fizeram o itaunense rir com suas crônicas e narrativas publicadas no jornal Folha do Oeste - editado pelo seu irmão Sebastião Nogueira Gomide – e depois juntadas e publicadas em livros. Nas crônicas, a nossa Itaúna e seu povo são o foco principal nas narrativas de causos engraçados, diríamos, mas que aconteceram de fato em algum momento. E, nestes acontecimentos transformados em causos e registrados, Itaúna acaba sendo também registrada com citações de logradouros, casas e pessoas.

Faço a introdução para iniciar o nosso editorial, que vai comentar sobre a pontuação e colocação da nossa Itaúna no IPS – Índice de Progresso Social, um levantamento que é realizado anualmente pelo IPS Brasil, uma organização que reúne entidades voltadas para o estudo do meio ambiente no país, e que para isso analisa outros meios, como a qualidade de vida, dentre outros. 

E a nossa Itaúna, sempre “Humana e Pitoresca”, conquistou a sexta colocação em Minas Gerais e a 58ª no Brasil no item qualidade de vida. O levantamento usou setores fundamentais para a boa qualidade de vida, como as “necessidades humanas básicas”, “fundamentos do bem-estar” e “oportunidades”.  E, assim, entendemos que, de fato, Itaúna merece a posição conquistada, e nunca escondemos esse entendimento, pois sempre destacamos a qualidade de vida oferecida aos moradores como sendo de excelente padrão para os níveis de Brasil, quando se analisa os 5.570 munícipios brasileiros.

Mas, por outro lado, observamos que os levantamentos do IPS foram feitos com base em “papeis” e registros de obras, o que é válido, porém entendo que deixa margem para equívocos e até mesmo um mascaramento da realidade. Reafirmamos, concordamos com o nível de qualidade de vida na nossa Itaúna, mas a realidade dia a dia mostra que temos muito ainda que melhorar...

Somos testemunhas de que o município sempre foi bem administrado e, desde a emancipação, provam os registros históricos, teve no poder homens preocupados com o desenvolvimento e a consecutiva qualidade de vida dos seus cidadãos em todos os níveis, como na saúde, saneamento, educação, iluminação pública e infraestrutura urbana. Mas, mesmo assim, muito ainda precisa ser feito, mantido e expandido numa atuação constante. Primeiro por causa do crescimento urbano, o aumento constante da população e das exigências dos novos tempos, com a evolução da tecnologia em todos os aspectos. 

É mesmo para comemorar a pontuação dos estudos apresentados pelo IPS, mas os estudos também são motivos para questionamentos e para discussões em torno de problemas que “jogam para baixo qualquer estudo e/ou pontuação”. Citamos como exemplos situações que faz tempo estamos publicando e cobrando dos administradores, e que não são pontuais, estão virando rotina da cidade e podem se tornar complexos com o crescimento urbano e o aumento da população, como o de moradores de rua e pedintes, além dos dependentes químicos. Vão argumentar que esses são problemas inerentes a todos os municípios brasileiros. Acreditamos que sim, mas não deveriam ser. É preciso um trabalho constante e de forma efetiva para que seja sanado de uma vez por todas, nossas ruas e praças e pontes estão virando moradias para essas pessoas, que necessitam é de assistência social de fato e diária. Vão alegar lá no prédio do Boulevard Lago Sul que isso acontece, então, se de fato acontece, efetivamente não está sendo produtivo, pois não há resultado visível, pois são muitos, muitos mesmo, e estão dormindo embaixo das marquises, nos monumentos públicos, nas praças e debaixo das pontes e viadutos. E faz é tempo. A questão do tráfego urbano é outro problema sério e cada vez mais sério. Está uma verdadeira bagunça e complicado, e o pior, muito perigoso. Vão alegar que estão trabalhando diariamente. É verdade, mas não conseguem resolver. O trânsito fica é cada vez mais complicado e, como já dito, perigoso.

No momento, o esgoto é outro problema sério. A ETE efetivamente não funciona 100%, apesar de ter sido um dos fatores que possibilitou a pontuação do município no levantamento do IPS. Com vazamentos, após destruição dos emissários, os ribeirões e o rio São João estão poluídos e esgoto corre a céu aberto, gerando fedentina e transtornos graves. Repetimos: se o levantamento fosse feito presencialmente e não por meio de papeis, nossa pontuação não seria a mesma. 

Outros índices que nos chamaram a atenção foram a questão da educação, principalmente no item “acesso ao ensino superior”, dos “direitos individuais” e o item “liberdade individual de escolha”.  No caso do ensino superior, fica provado que a questão Universidade de Itaúna foi conduzida de forma errônea em tempos passados, agora sem retorno. A “Cidade Educativa” e Universitária se foi, se perdeu no tempo. Os investimentos na educação básica são constantes e nossas escolas são ótimas, porém isso não se transforma em destaque. Nossa “grande” Universidade se foi, se perdeu no tempo e já não é mais a mesma...

Porém podemos afirmar que, devido ao trabalho dos prefeitos desde a emancipação político-administrativa de Itaúna, em 1901, até os dias atuais, tivemos grandes homens à frente do Município, com cada um dando sua contribuição para o desenvolvimento. Sem exceção, todos contribuíram para uma Itaúna que se destaca. Podemos reafirmar, sem medo de errar, que, mesmo com todos os problemas atuais citados acima, somos uma das melhores cidades do estado de Minas e uma das melhores do Brasil. Nossa estrutura urbana é uma das melhores em todos os sentidos.

É mesmo como outrora disse o itaunense Péricles Gomide Júnior, o nosso Pancrácio Fidelis: nossa Itaúna é mesmo “Humana e Pitoresca”. 

Por: Renilton Gonçalves Pacheco