Posicionamento: indefinidos somam 40% dos eleitores

Pesquisa aponta que, analisados da maior para a menor porcentagem, aqueles que não se identificam com direita, esquerda ou centro são maioria

Posicionamento: indefinidos somam 40% dos eleitores
Foto: Divulgação/TSE




O Panorama Político 2024, pesquisa feita pelo DataSenado em parceria com a Nexus, área de Pesquisa e Inteligência de Dados da FSB Holding, mostrou que, ao dividir os eleitores brasileiros por grupos de acordo com o seu posicionamento político, a maioria não se identifica com nenhum dos grupos majoritários no Brasil: direita, esquerda e centro.

Os dados mostram 40% dos eleitores do país afirmam que não se identificam com nenhum posicionamento político; enquanto, em segundo lugar, 29% do eleitorado brasileiro se diz ter um posicionamento político mais à direita. Já 15% se denominam de esquerda; 11% dizem ser de centro; e 6% disseram que não sabem ou não quiseram responder. 

Dessa forma, a maioria do eleitorado brasileiro tem posicionamento definido, visto que os que definiram sua inclinação aos pesquisadores são, juntos, 55% do total. Porém, ao analisar cada grupo isoladamente, é possível definir que a maioria se modifica, pois a quantidade de eleitores que não seguem qualquer posicionamento tem a maior porcentagem e, assim, supera os demais.

Cenário não polarizado

Para o analista do DataSenado, José Henrique Varanda, os dados gerais da pesquisa apontam que o Brasil não conta com uma polarização entre os posicionamentos políticos mais comuns.

“Uma parte relevante da população ou não é tão politizada ou não enxerga exatamente essas ‘caixinhas’ que se fala mais – de direita, esquerda ou centro. Talvez tenham um vínculo mais direto com os próprios políticos ou com alguns partidos. Se ainda colocarmos as pessoas de centro como um pouco menos polarizadas e incluir nesse bojo do mais agnósticos, juntando com as que não souberam ou preferiram não responder, chegamos ao patamar de 57% da população”, considera. 

Religião

Outro dado relevante é em relação à religião dos eleitores e como isso interfere no posicionamento político. Entre os evangélicos, por exemplo, 35% se consideram de direita, 9% de centro e 8% de esquerda. 

Já entre os católicos, 28% dizem ser de direita; 15%, de esquerda; e outros 10% afirmam ser de centro. Já no grupo “outras/sem religião”, tanto direita quanto esquerda alcançam 21%, seguidas por 13% de centro. 

Gênero

Entre as mulheres, a taxa que não se identifica com nenhuma ideologia política alcança 46%, frente a 34% em relação aos homens. 

Além disso, 34% dos homens se consideram de direita, enquanto a taxa entre as mulheres é de 24%. 

Renda e escolaridade

O nível de escolaridade dos eleitores também influencia o posicionamento político. A pesquisa mostra que a falta de preferência por algum posicionamento político é mais comum entre os eleitores com renda de até dois salários mínimos (47%). Entre eleitores com renda acima de seis salários mínimos a falta de posicionamento chega a 21%.

Já em relação a todas as faixas, a direita se sobressai tanto em relação ao centro quanto à esquerda, com apoio de 25% entre os mais pobres e 37% entre os mais ricos.

A pesquisa foi feita entre os dias 5 e 28 de junho deste ano e ouviu 21.808 brasileiros de todas as unidades da federação.