Prefeito ainda não indicou líder na Câmara
Edis iniciaram trabalhos ainda em ritmo lento e sem polêmicas
O ano político começou em Itaúna com algumas diferenças de situações anteriores. A primeira delas foi a presença do prefeito recém-empossado na abertura dos trabalhos do Legislativo, dando boas-vindas aos vereadores. O prefeito Gustavo Mitre foi à reunião, ocupou lugar na mesa diretora e fez discurso, quando afirmou aos vereadores que está aberto ao diálogo e que conta com a participação de todos, assim como de toda a população, na proposta de soluções para os problemas do município. Para os observadores políticos, o gesto aponta que Itaúna pode iniciar um mandato em paz, depois de muito tempo, e sem uma oposição ferrenha ocupando postos no comando da cidade.
Como a FOLHA já adiantou, o presidente da Câmara é parceiro político do prefeito, assim como a maioria esmagadora dos vereadores. Se por um lado é um bom sinal, pelo fato de que não existe atualmente uma oposição forte, por outro lado também aponta para o fato de que isso pode acabar gerando um acomodamento da administração, o que não é bom para a cidade, no geral. A FOLHA consultou políticos que já atuaram no Legislativo e ouviu: “Sempre é necessário que exista oposição, para que os administradores estejam alertas”, afirmou um deles.
No discurso inicial, inclusive, do presidente da Câmara, ficou colocado que o prefeito terá o apoio do Legislativo naquilo que for do interesse da população, mas que não existira subserviência. É bom que realmente não seja assim, para que a cidade possa encontrar solução para os problemas, que são muitos. E um fato que pode servir de alerta quanto a um possível acomodamento da situação é que, até o final desta semana, em 10 dias do mandato, ainda não havia sido indicado o líder do prefeito na Câmara. Tudo bem que o alcaide esteve nesta primeira reunião, porém é muito importante que ele tenha um representante oficial no Legislativo.
“Oposição só do ex-prefeito, que não tem grupo”
Um outro fator que foi apontado à reportagem é que o ex-prefeito, maior derrotado nas eleições passadas, não tem um grupo de apoio formado. “Ele é muito individualista e, durante oito anos, não conseguiu estabelecer um grupo de apoiadores às suas ideias políticas. Está falando em disputar eleições daqui dois anos, e novamente para prefeito, em 2028. Vai ter que montar um grupo ou será candidato de si mesmo”, analisou outro ex-vereador itaunense.
O fato é que, sem uma oposição definida, com a Câmara ainda se ajeitando, é necessário que a administração já comece a mostrar trabalho. Os problemas são muitos. O primeiro deles é a questão do transporte coletivo, que em Itaúna tem uma das passagens mais caras do País. Nos últimos dias, o noticiário de outras regiões tem apresentado notícias sobre aumento no valor das passagens e em nenhuma das cidades o novo valor chega próximo dos R$ 6,50 cobrados em Itaúna.
Usuários do transporte coletivo de Itaúna têm questionado se aqui os custos são maiores do que no resto do Brasil, para que a passagem custe “essa fortuna”. É preciso que alguma medida já seja apresentada para reverter a situação, inclusive, para a melhoria na prestação do serviço, que, além de caro, é horrível. O trânsito em Itaúna é um outro grave problema. Antes da posse, foi falado na criação de uma secretaria de Segurança Pública e em mudanças do setor. É preciso que isso ocorra logo, que se comece a atuar nessa questão. O despejo de esgoto no rio e a melhoria dos serviços do SAAE também são situações urgentes. A cidade continua suja. A mudança não pode ser só no comando, é preciso dar “uma balançada” em todo o município. Os problemas existentes em Itaúna são muitos, são graves e não comportam uma adequação demorada, conforme já começa a ser dito nos bancos da praça e nos bate-papos das esquinas. O novo tempo precisa ser iniciado, já!