Prefeitura descarta lixo no depósito e esgoto no rio

A reportagem da FOLHA recebeu nos últimos dias, várias imagens e relatos de que a Prefeitura de Itaúna estaria descartando lixo e entulho no depósito de materiais que ela criou em terreno no local chamado de “Reta de Santanense”, que é a Avenida Dr. Miguel Augusto Gonçalves. Em uma das mensagens, o denunciante afirma que “sou itaunense, morador da reta de Santanense e tirei estas fotos agora à tarde da entrada do estimado canteiro da Prefeitura Municipal de Itaúna, onde na entrada, bem na portaria, um pneu contendo água e larvas de mosquito, óbvio de mosquito da Dengue e pneus velhos acumulando água. Vergonhoso para a Prefeitura”, desabafou. 

E continuou: “Se em algum terreno de nós munícipes tiver mato alto, pneus e etc. seremos até multados e a Prefeitura? Será que multa eles mesmos ou ‘tapa o sol com peneira’ e deixa como se não tivesse (acontecendo) nada? Já foi feito abaixo-assinado na época, quando ainda estavam mudando para o terreno. Vieram vereadores e nada. Colocam quebra-molas na cidade, radar que dói no bolso do contribuinte e aqui na reta, só tem este canteiro. (O) Prefeito e seus subordinados não andam por aqui nem mesmo...”.

Vereadora leva a polícia e encontra lixo, entulho e esgoto caindo no rio

E, no início da semana, a vereadora Edênia Alcântara, que preside a Comissão de Meio Ambiente da Câmara, foi ao local, acompanhada da Polícia Militar, para vistoriar o depósito e o entorno. E encontrou muita coisa errada, que pode ser apontada como grave crime ambiental que está sendo cometido pela Prefeitura. Além dos pneus, da poeira e muito barulho, causados pela circulação de máquinas e caminhões, também constatou outros fatos, que gravou em vídeo e postou em sua página no Instagram.

Entulho, lixo, restos de poda e, conforme denunciou, “até lixo de cemitério”, que é altamente contaminante, está sendo descartado no local, que funciona como um ‘aterro controlado’, à exemplo do que existia no Bairro Itaunense e que foi encerrado pelo Ministério Público. E, mais adiante, deparou com um tubo de esgoto, estourado, despejando grande volume de resíduos no leito do Rio São João. Afirmou a vereadora que registrou ocorrência policial e que o caso já foi comunicado ao Ministério Público. Também disse que a SUPRAM Alto São Franciso – Superintendência Regional de Meio Ambiente, “a mesma que multou o SAAE”, conforme disse em vídeo, já foi acionada. 

Multa é paga com dinheiro público e responsáveis não são punidos

Um cidadão que acompanhou os fatos afirmou à reportagem que “é preciso que os responsáveis sejam punidos individualmente, no CPF e não no CNPJ. O SAAE foi multado em quase meio milhão, mas quem vai pagar a multa é o órgão público, ou seja, o povo de Itaúna. E os responsáveis?”, perguntou. Para, em seguida, afirmar que “é necessário que as pessoas sejam punidas, não os órgãos que elas dirigem ou representam. Daqui uns meses esse pessoal sai da administração, as multas ficam para serem pagas e nada mais acontece. Teria que ter prisão de responsável, processo contra a pessoa física, cassação de direitos políticos, para que não voltem a ocupar cargos públicos e fazer o que tem feito”, desabafou.