Quatro mulheres e um homem eleitos

Votantes foram menos de 50% em comparação à última disputa para o cargo. Os cinco eleitos tiveram 1.244 votos no total, índice pouco superior a 1% do eleitorado apto ao voto

Quatro mulheres e um homem eleitos
Foto: Reprodução/PMI




Encerrada a votação, os votos foram apurados e chegou-se ao número de 1.518 votos no total, distribuídos para os sete concorrentes ao cargo de Conselheiro Tutelar. Na eleição de 2019, para a escolha dos conselheiros que encerram seus mandatos no dia 9 de janeiro de 2024, foram obtidos 3.994 votos, mais que o dobro da votação atual. São quatro mulheres e um homem, eleitos dentre os sete que estavam habilitados ao pleito. A nova composição do Conselho Tutelar de Itaúna para o mandato 2024/2028 ficou assim: Sílvia Ferreira, eleita com 307 votos; Jane Santana, com 298; Adriana Mara, 223; Miriam Guimarães, 230; e Washington Rocha, com 186.

Ficaram na condição de suplentes, Camila Miranda, que obteve 177, e a Sandra Mara, que conseguiu 97 votos. Foram apurados 1.518 votos no total. Em 2019, a eleição para o Conselho Tutelar mobilizou 3.994 votantes e contou com 28 pessoas na disputa. Neste ano foram apenas sete concorrentes. O baixo número de concorrentes e de votantes tem como possíveis causas a falta de transparência e, consequentemente, a divulgação do processo, segundo algumas pessoas ouvidas pela FOLHA.

Problemas apontados em reunião da Câmara

No início do processo, aconteceram questionamentos, inclusive, com participação de concorrentes em reunião da Câmara, denunciando o que apontavam como problemas na condução da eleição. Conforme as denúncias de duas concorrentes, existiram problemas em relação a aplicação de provas, ao número de candidatos aprovados aquém do número de vagas e “falta de publicidade”. A reportagem apurou que, durante o mês de setembro, que antecedeu a eleição, a Prefeitura – responsável pela divulgação da eleição – fez três postagens relativas ao pleito, menos, por exemplo, que brincadeiras com a “capivara” que a assessoria elegeu símbolo de suas postagens.

E uma das postagens feitas pela assessoria de imprensa na página do Instagram aconteceu apenas na tarde da sexta-feira, 29 de setembro, apontando a documentação necessária e o local da votação. Isso depois de a reportagem da FOLHA questionar o setor sobre essas informações, na manhã da sexta-feira. A Prefeitura, através da Secretaria de Desenvolvimento Social, foi a responsável pela divulgação do processo, que é coordenado pelo Conselho Municipal da Criança e do Adolescente – CMDCA.

Também a falta de transporte gratuito, apesar de a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais (DPMG) ter solicitado o serviço às prefeituras, pesou na participação dos itaunenses, conforme apurou a reportagem. Uma cidadã, moradora do Bairro Garcias, disse à reportagem que “eu até queria votar, mas teria que gastar R$ 13 em passagens de ida e volta. Aí pesa no bolso da gente, né?”. E, como ela, várias outras pessoas fizeram a mesma alegação de falta de recurso para participar do processo. A reportagem recebeu denúncia de ilegalidade no transporte de eleitores patrocinado por candidatos, inclusive com um vídeo de uma van escolar, que teria sido contratada por pessoas ligadas à candidato (a), mas não conseguiu apurar a veracidade da denúncia, apesar do vídeo evidenciar que houve transporte “patrocinado”. Segundo a denúncia houve Boletim de Ocorrência Policial e que o caso foi encaminhado à Secretaria de Ação Social.