Quem entra na próxima Câmara de Vereadores?

Quem entra na próxima Câmara de Vereadores?




Eleição é uma caixinha de surpresa. Por favor, caro leitor vamos combinar de não nos esquecermos nunca disso. Não inventaram ainda bola de cristal capaz de entregar a futurologia precisa de um pleito proporcional e toda parafernália matemática que ele carrega. No entanto, faz sentido fazermos previsões amparadas por algumas ferramentas analíticas temperadas com uma pitada de palpite proveniente das campanhas que estão na rua, daquelas que estão no silêncio e da comparação com as duas últimas eleições para vereador. Magalhães Pinto já dizia que política é igual nuvem no céu. Uma hora você olha e na outra quando olha novamente, elas já estão tudo mudadas. A previsão do tempo que acompanhamos no jornal tem uma margem de acerto razoável, embora saiba que as massas possam se dissipar sem percebermos.

Fizemos uma lista de todos candidatos a vereador das duas últimas eleições itaunenses (2020 e 2016). Nela, separamos aqueles que tiveram menos de duzentos votos. A média de ambas foi praticamente a mesma. Em 2020, deu 45,7 votos. Em 2016, deu 46,7 votos. Ou seja: se considerarmos que todos os candidatos a vereador que terão menos de 200 votos, na eleição de 2024, conseguirão 46,2 votos, então teremos uma projeção sensata para compor o quociente eleitoral dos partidos.

Além desta variável, temos os candidatos que possuem mais de duzentos votos. Mas são uma minoria. Para analisarmos o número de votos previsto deles, recorremos a outras variáveis. Uma delas são as eleições anteriores, em que muitos participaram. Outra é o estilo de trabalho e histórico político que alguns fizeram por serem vereadores na atual legislatura. Existe a transferência de votos por candidatos que disputam o mesmo nicho, mas cedem espaço. Há o investimento mensurável nas campanhas. E há os contra-ataques imprevisíveis de quem deixa de votar num candidato popular por ter certeza que ele já está eleito. As pessoas, por mais fortes que sejam eleitoralmente, às vezes se esquecem de como o voto é algo complexo e difícil de ser fidelizado até o momento em que o eleitor comparece à urna. 

Sempre bom lembrar que, para efeito de análise comparada com votações anteriores, é natural que alguns crescem. Contudo, também é natural que outros diminuam. Portanto, uma regra geral sensata para análise de legenda é manter os números, alertando para uma margem de erro.

O próximo passo da análise é entender que após cada cadeira conquistada pelo quociente eleitoral, temos a sempre esperada, mas pouco compreendida distribuição pelas sobras. Um aspecto curioso desta etapa é o fato de que o partido que recebeu a primeira cadeira existente na sobra, vai para uma posição mais atrás na fila. E cria uma situação ingrata. Imagine uma chapa hipotética que possui dois candidatos com cerca de 1.500 votos, um terceiro colocado com 801 votos e um quarto com 800 votos. Se o terceiro entra na primeira vaga de distribuição das sobras, existe uma enorme chance de o quarto colocado desta chapa não entrar e outros partidos garantirem seus candidatos nas sobras subsequentes, mesmo que esses candidatos destes outros partidos tenham recebido metade dos 800 votos. 

Ocupam as sobras, quem teve maior MÉDIA. Esta tal média é calculada dividindo-se o número de votos válidos que determinado partido recebeu para vereador pelo número de cadeiras que esta legenda conquistou mais um. Ou seja: se um partido conquistou 5.800 votos válidos, ele conquistou uma cadeira, como é previsto aqui em Itaúna, já que esperamos um quociente eleitoral entre 3.204 e 3.414 votos. Logo a média desta legenda será 5.808 votos dividido por 1 (correspondente a uma vaga) + 1. Média igual a 2.904. Após a primeira rodada de comparação das médias, o TER-MG explica que se estiver sobrando mais de uma vaga, essa operação é repetida até que todas as vagas sejam preenchidas, entre os partidos que obtiveram votos equivalentes a pelo menos 80% do quociente eleitoral e candidatos ou candidatas com votação nominal mínima de pelo menos 20% do quociente eleitoral. Nesse caso, se um partido já obteve uma vaga pelo cálculo da média, para disputar as próximas sobras, na hora da divisão o número de vagas obtidas por média por esse partido deve ser somado ao número de vagas que ele obteve originalmente, acrescido de 1. Por isso, ele tende a ir para o final da fila: o denominador da divisão vai aumentando.

Tudo isso considerado fizemos uma análise estimada de que cada um dos partidos tende a ter APROXIMADAMENTE a seguinte quantidade de votos nesta eleição a vereador de Itaúna em 2024. Os números estão acrescidos da previsão de votos exclusivamente feitos na legenda, conforme o que se viu nas últimas eleições itaunenses.

REPUBLICANOS: 4.099. PODE: 1.578. PP: 2.120. PRD: 3.224. UNIÃO: 3.892. PL: 5.808. PRTB: 2.183. NOVO: 2.927. MDB: 3.561. FEDERAÇÃO PSDB/ CIDADANIA: 4.287. MOBILIZA: 3.397. PSD: 5.023. SOLIDARIEDADE: 704. FEDERAÇÃO PSOL/REDE: 1.928. FEDERAÇÃO PT/PV/PCdoB: 2.424.

Semana que vem, voltamos com a conclusão desta análise sobre a corrida de candidatos a vereador em Itaúna, nas eleições de 2024. Vamos falar dos candidatos.