SAÚDE - Secretário fala das ações da pasta na Câmara

“UPA não pode virar um ‘postão’”, afirmou Alan Rodrigo, ao tratar do tema de instalação de uma Unidade de Pronto Atendimento em Itaúna

SAÚDE - Secretário fala das ações da pasta na Câmara

O secretário de Saúde de Itaúna, Alan Rodrigo, compareceu à Câmara, atendendo a convite, para falar das ações dos primeiros meses desta gestão. Um dos assuntos que mais tem atraído a atenção dos itaunenses nos últimos anos é a proposta de instalação de uma Unidade de Pronto Atendimento - UPA na cidade. E o assunto serviu de referência para a explanação do secretário, que tratou desde as questões da atenção primária, passou pela UPA e abordou também as questões do Hospital “Manoel Gonçalves”. Para Alan Rodrigo, “a UPA não pode se transformar em um ‘postão’. Ninguém deve largar o atendimento no posto de saúde para buscar o atendimento na UPA”. A sua fala pode ser entendida no discorrer da apresentação.

O secretário iniciou a explanação falando dos vários serviços que têm sido implantados na sua gestão, como o Saúde na Hora, o agendamento de consultas especializadas, a implantação de mais unidades de Farmácia Básica, a entrega de resultados de exames médicos em casa, dentre outros. Na proposta do secretário, é preciso agilizar o atendimento à população, inicialmente diminuindo a burocracia, eliminando entraves e encurtando distâncias, para que o atendimento seja mais rápido. Um dos graves problemas enfrentados pelo Hospital de Itaúna tem sido o acúmulo de atendimento considerado ambulatorial no pronto-socorro, onde funciona o Plantão 24 Horas, financiado pelo município. 

Ampliando, melhorando e desburocratizando o atendimento nas 23 unidades de Estratégia da Saúde da Família, espalhadas pela cidade, consequentemente, retira-se do pronto-socorro o atendimento conhecido como ambulatorial, da consulta médica para tratamento de uma gripe, exemplificando a situação. Estes são os atendimentos primários, que devem ser realizados nas unidades de saúde do município. Também estão neste universo a realização de exames laboratoriais, aplicação de vacinas e realização de ações de prevenção. E as principais ações da atual gestão tem seguido nesse sentido, como explicou Alan Rodrigo.

A UPA, sua necessidade e o que temos de concreto

Informou o secretário que, nos recentes contatos feitos junto ao Ministério da Saúde, foram obtidos benefícios para os itaunenses, como a obtenção da liberação de equipes de Estratégia da Saúde, de Saúde Bucal e equipe Multiprofissional, sendo duas unidades em cada categoria, recentemente anunciadas. Alan Rodrigo relacionou ainda os encaminhamentos de pedidos feitos, como o credenciamento de serviços de média e alta complexidade, além de outros pedidos feitos, como cerca de seis inscrições de projetos para o Novo PAC.

E, dentre esses pedidos, tratou da possível implantação de uma UPA em Itaúna. Disse que, “inicialmente, falamos em uma UPA 3, que seria para atendimento a população de mais de 300 mil pessoas. Mas Itaúna, por questão geográfica, não comporta esse tipo de unidade e focamos em uma UPA tipo 2, que seria voltada para populações entre 100 mil e 150 mil habitantes. Porém o Ministério da Saúde não tem linha de financiamento para esse tipo de unidade no momento. Mas conseguimos a garantia de um repasse de R$ 300 mil, mensais, caso consigamos construir a UPA”, disse.

Adiantou que já está sendo analisada a situação de terrenos para construir a UPA, e a viabilidade da construção da unidade. E explicou: “Projetamos um custo da UPA, mensal, de R$ 1,2 milhão a R$ 1,5 milhão mensais. Já temos a garantia de R$ 300 mil. Se conseguirmos, junto ao Estado, algo em torno dos R$ 660 mil – já que o custeio maior é responsabilidade estadual, nestes casos –, o Município banca o resto”. Porém alertou que o serviço de atenção primária tem de ser reforçado, para que a UPA “não se transforme em um ‘postão’”. Que é o que tem acontecido com o Plantão 24H, criado para atendimento de urgência e emergência e tem sido buscado até em situações de se conseguir atestado médico para faltas ao trabalho, como já foi denunciado em determinadas ocasiões.

 

O Hospital e a possibilidade de autofinanciamento

Alan Rodrigo, na condição de especialista na área de Vigilância Sanitária, disse já ter participado de cerca de uma centena de fiscalizações em hospitais mineiros e que pode garantir que “o Hospital ‘Manoel Gonçalves’ é top três” em termos de qualidade. Afirmou que Itaúna tem uma ferramenta de saúde muito importante nas mãos, e destaca que precisa utilizar essa capacidade de atendimento para ampliar o faturamento do Hospital.

Explicou que, em relação à localização de Itaúna, é possível o atendimento em cerca de uma hora, o que concorre até mesmo com o atendimento de emergência por via aérea, que demanda cerca de 5 horas em média. “São 90 km de distância da capital, que pode ser feito por uma ambulância, em uma hora. Isso é uma vantagem”, afirmou ele. Com essa condição, é preciso, na opinião do secretário, ampliar o atendimento de média e alta complexidade do Hospital, o que certamente direciona mais recursos para a entidade. “Esta é a condição a ser buscada, para o Hospital ‘Manoel Gonçalves’, ser autossustentável”, disse. E concluiu que tem trabalhado, diariamente, para isso.

A apresentação do secretário na Câmara foi muito bem avaliada pelos vereadores e pelos observadores. A fala de Alan Rodrigo pode ser assistida, na íntegra, no link https://www.youtube.com/live/ryH_1WQ1E38.