Servidores explicam “vantagem” na contratação de Corolla
Explicação é de que carro alugado neste mandato “é mais barato do que o veículo locado no mandato anterior”

O caso relativo ao aluguel de um Toyota Corolla pela Câmara de Itaúna, questionado pela reportagem da FOLHA, continua rendendo. Na reunião da terça-feira, dia 22, como havia prometido o vice-presidente da Mesa no exercício da presidência, servidores explicaram o processo da contratação. Também foi divulgada uma nota de esclarecimento, informando que a nova licitação foi realizada para gerar economia ao Legislativo. Conforme a explicação, com a nova licitação, está sendo feita “economia de R$ 200 mensais, totalizando R$ 2,4 mil por ano”.
Explica ainda a nota que “a Câmara passou a utilizar um carro zero km, mais moderno, com menor custo mensal, em comparação ao contrato anterior (...)”. Porém não foi explicada, por exemplo, a necessidade da contratação de um novo veículo, nem sobre a necessidade de um “veículo de luxo”, como foi o caso questionado pela reportagem. Lembrando que em momento algum a reportagem da FOLHA apontou quaisquer irregularidades na contratação, mas questionou, sim, a questão moral da necessidade de se contratar um veículo nas especificações deste, já que a Casa conta com outros veículos.
Alguns vereadores apontaram o fato de “só agora é que estão questionando”, como se isto anulasse o fato de a Câmara estar contratando carro de luxo, considerado desnecessário por grande parte da população e, inclusive, pela atual composição do Legislativo. Caracteriza, sim, a falta de transparência de administrações passadas e até da atual, visto que a maioria dos vereadores entrevistados pela FOLHA afirmaram que não sabiam da contratação. Assim, se vários vereadores (vejam as respostas na edição passada) não sabiam da contratação, está faltando transparência nos atos da direção – a passada e a atual. E isso não justifica a contratação. Nem a alegação de economia. Nem tampouco a alegada afirmação de que “vai baratear as viagens dos edis a Brasília”. E permanece a pergunta: a Câmara precisa, realmente, de um Toyota Corolla?