Uai! Mas o prefeito sou eu...
Um dia após o resultado da eleição, comecei a ouvir cidade afora: o Mitre vai fazer isso, vamos fazer aquilo, e ele vai ter que administrar assim, teremos que refazer isso e que aquilo não pode continuar... E pior, o secretariado tem que ter aquele nome, ele tem que nomear o meu candidato, o meu parente, ou ainda: “Estou dentro”.
Bom, inicialmente, acho que tudo não passa de uma questão de ponto de vista e/ou até mesmo de, diríamos, pura verborragia.
Mas vamos lá, que tenha algum fundamento toda essa verborragia que parte de candidatos a vereador derrotados, de outros apoiadores e até mesmo de cidadãos comuns que juram ter votado no candidato vencedor e querem um espaço na administração pública... Assim mesmo, não vejo motivos para que o candidato vencedor, o então prefeito eleito para o mandato 2025/2029, Gustavo Carvalho Mitre, tenha que ouvir tanta gente e tenha que atender a todos. Até porque não há como fazer isso, pois a administração pública municipal não suportaria tantos funcionários. E todos sabemos que a estrutura precisa é ser enxugada. Então, se todos insistirem na verborragia, o prefeito eleito já terá seus problemas no início da administração, e, se não começar a literalmente ser sincero e descartar os “espertinhos” de plantão, que pensam somente em levar vantagem e ter seu espaço no governo vindouro, não vai conseguir é administrar.
Outra coisa interessante que já observei nos últimos dias é que ele, o prefeito eleito, ainda sequer tomou pé da situação, e muitos já querem assentar na “cadeirinha” e começar a mandar, uma situação complicada dentro do próprio grupo. Observei nas redes sociais que muitas pessoas ligadas politicamente ao prefeito Mitre já tomaram a iniciativa, não sabemos se isolada ou em comum acordo, de se colocar nessas redes sociais falando como se fosse ele. Pessoas que vão estar na administração, mas que não foram eleitas para ser o prefeito. Assim, entendo que é preciso ter cuidado já, pois os desgastes não podem começar agora, pois em primeiro lugar vem a cidade, a estruturação da administração, por ele, Mitre, o eleito. Depois, vêm o vice, os secretários escolhidos por ele e, em seguida, a situação dos vereadores, se alinham ou não, se preferem a oposição ou apenas o distanciamento. Não se pode passar por cima de etapas e não é momento de disputa por espaço e muito menos política.
Percebi, em conversas de bastidores, que muitos querem espaço onde se tem limites de cargos. Como exemplo cito as Secretarias Municipais. Sabemos que os secretários são cargos de confiança do prefeito, e nem o vice, em minha opinião, tem que entrar no meio do assunto, ou seja, da escolha. Essas escolhas cabem somente ao prefeito e ponto. O que podemos, como jornalistas, é “palpitar” e/ou apostar nas escolhas, por lidarmos no meio político e jornalístico há anos e conhecer as necessidades básicas de cada secretaria e autarquia e a sua importância para o funcionamento da máquina pública. Assim, podemos analisar as possibilidades e certas escolhas já definidas, mesmo sem o anúncio oficial.
Acreditamos que dentre os nomes, diríamos, já praticamente certos, o secretário de Saúde, por exemplo, Alan Rodrigo da Silva, tem experiência, pois já atuou na regional de Divinópolis e já foi secretário da Saúde de Divinópolis, é itaunense e conhece nos problemas na área; a procuradoria-geral é outro exemplo, deve ter o advogado Rodrigo Amaral Guimarães, que já atuou na pasta com competência e conhece bem os problemas jurídicos do Município; outro nome que acho estar certo é o de Márcio Gonçalves, o Hakuna, para a Secretaria de Cultura. Ele é artista, é do meio, e conhece bem os problemas e os pontos positivos do setor e sabe que é uma área sensível. Tem competência para tal. Para o SAAE também parece praticamente definido o nome de Nilzon Borges, que já atuou na direção da autarquia e ajudou a criá-la. Ele é um profundo conhecedor da sua estrutura administrativa e funcional; e, num momento delicado pelo qual ela passa, o seu nome é mesmo o melhor para o cargo, sem nenhuma sombra de dúvidas, pois ele tem formação acadêmica em Economia e Contabilidade, conhece o funcionamento da administração pública. Então, é mesmo quem tem a competência para a reestruturação necessária do SAAE.
Enfim, como já afirmado, penso mesmo que, além dos nomes citados acima e de forma especulativa nos bastidores e nos meios políticos, e em se tratando da indicação para o secretariado em listas baseadas em nomes que compõem a Comissão de Transição do futuro governo Mitre, creio que mais alguns nomes da tal comissão possam assumir alguma pasta. E penso que Gustavo Mitre fará suas escolhas baseadas em experiência, capacidade e sensibilidade no trato dos serviços públicos ofertados à população. Como exemplo, podemos citar serviços de saúde, transporte público, água tratada e coleta de esgoto, que, com certeza, serão as prioridades, pois os problemas emergentes nesses setores terão que serem resolvidos de forma ágil.
O secretário de Saúde, por exemplo, terá pela frente os problemas com o Hospital Manoel Gonçalves para resolver com urgência, pois o convênio é prioridade absoluta. Assim como o secretário de Regulação Urbana terá os problemas dos radares, sinalização urbana, transporte coletivo e construções futuras, além dos serviços urbanos diários. Assim sendo, entendo que o prefeito não só tem a responsabilidade de escolher bem, como escolher priorizando a competência antes de tudo, pois a cidade cresceu e os serviços também, assim como os problemas também aumentaram, e muito.
Então não há espaço para indicações políticas para as Secretarias de Governo, é preciso, antes de tudo, competência, formação acadêmica, disposição e, mais que isso tudo, honestidade no trato com a coisa pública.
E finalizo este editorial afirmando que, nos últimos dias, estou assustado com as posições dos que cercam o futuro prefeito Gustavo Mitre, pois, ao que parece, eles esqueceram que o eleito foi ele, que quem vai administrar é ele, e, mais que isso, a exposição e os riscos também são dele. Não é momento de querer aparecer mais que ele e muito menos de criar provocações e discórdias nas redes sociais. O momento é o de, digamos, “medir a água com o fubá, porque senão o angu entorna ou empelota...”. E aí já começa tudo errado.