Uma verdadeira pocilga à moda antiga
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Dizem que toda comparação é odiosa, mas... Nas últimas semanas, o que se tem observado em nossa Itaúna, Humana e Pitoresca, como diria Pancrácio Fidelis em suas crônicas, se aqui estivesse, é curioso de ver, ante ao absurdo a que se chega o ser humano. Em uma afirmação rápida, digo que somos porcos e nos dois sentidos: o figurado e o real.
Bastou a administração municipal precisar paralisar a limpeza de forma total e fazê-la de forma precária, para que todo mundo começasse a reclamar da sujeira das vias públicas. Recebemos centenas de e-mails, WhatsApp e outros tipos de manifestações referentes à situação de sujeira da cidade nas últimas semanas e todas no sentido de que se tem que dar um jeito urgente.
E de fato tem que se dar esse jeito. Mas vou fazer aqui a defesa da administração municipal, pois, se alguém tem culpa para a situação estar assim, é o governo anterior, que não se preocupou em realizar a nova licitação para a contratação de uma empresa para prosseguir o serviço de limpeza urbana. Agora, é paciência e colaboração para que todos não tenham que conviver no meio da sujeira. E ainda fazendo a defesa da administração que assumiu não faz 60 dias, há de se observar que eles estão tentando realizar algum serviço, mesmo que de forma precária, varrendo algumas ruas e juntando lixo e coletando em vários locais, principalmente na região central.
Mas, se observada a reportagem na página 8 da versão imprensa do jornal e página 6 da versão on-line, podemos ver que o maior culpado por esta situação de sujeira urbana é a própria população, que não tem educação, ou pelo menos não usa a que, com certeza, recebeu em casa e nas escolas no decorrer da vida. O cidadão, mesmo o que tem uma formação melhor, não se preocupa em manter limpo o ambiente em que vive e deixa a sujeira ir acumulando, e, quando começa a incomodar, ele então passa a cobrar. Se for dentro de sua casa, a culpa é da faxineira, e se for na rua, essa culpa é do poder público, pois ele suja porque paga impostos e acha que pode jogar seu lixo para o outro catar. Coisa estranha, mas real.
Esta semana, nas andanças pela cidade, observamos que de fato há uma sujeira acumulada, e essa de fato incomoda, mas as reclamações são em proporções maiores que a realidade. E como bem expressa o release enviado pelo Saae, responsável pela limpeza da cidade, se a população não colaborar, a situação só tende a piorar, pois não há gente suficiente para realizar a limpeza das vias públicas, das lixeiras e do lixo acumulado em praças, e nas esquinas, e também nas grandes lixeiras nas saídas das comunidades rurais, como em Vista Alegre e Córrego do Soldado. Visuais nojentos nessas duas saídas.
Costumo comentar, quando passo perto destas lixeiras comunitárias, que o ser humano é mesmo igual um suíno, o popular porco. E por isso usei no título “pior que uma pocilga”. Porém, à moda antiga, porque as pocilgas atuais são mais limpas que muitas residências, vias urbanas e jardins de praças. É absurdo o que se vê quando em um giro rápido pela cidade nos bairros e área central. O que se vê é muita porcaria.
Então a conclusão a que se chega é que somos, por natureza, seres porcalhões, que gostam de vivar em meio à bagunça. O que custa ao cidadão jogar seu lixo na lixeira mais próxima? Alguns passos, nada mais que isso. Mas a maioria não consegue fazer isso, ou não se importa, joga no chão e pronto, sequer olha para trás ou se envergonha. Nas praças públicas estão sendo vistos acúmulos de sacos de lixo, que são levados todas as noites por moradores dos entornos depois que o caminhão da coleta já passou, ou seja, o ato está provocando o vai e vem de animais, como cachorros, para “fuçar” e arrebentar os sacos e espalhar o lixo, e animais peçonhentos como ratos, baratas, dentre outros, que se aproveitam da situação. É mesmo preciso colaboração, educação e consciência. Prefiro afirmar que está faltando é educação mesmo.
E, assim sendo, além do puxão de orelha e da opinião exposta, acho mesmo que o povo tem que cobrar solução rápida para a questão da sujeira urbana, que já vem de muito tempo. Pelas nossas andanças pela cidade nos fins de semana, inclusive, nos bairros, podemos afirmar que a administração passada apenas “fingia” limpar a cidade. Sempre foi superficial. Nas últimas semanas, a situação piorou, porque não há contrato com empresa para executar o serviço. Então tenha consciência e faça a sua parte, cobre do vizinho e do seu parente para que ele fala a dele e cobre também do setor público, para que todos juntos possam trabalhar no sentido de criar um ambiente mais limpo, saudável para todos, e o mais importante: eduque seu filho, mostre para ele, dia após dia, como se usa uma lixeira, e procure saber se a professora dele está fazendo o mesmo. É agindo assim que vamos ter uma cidade limpa, livre de animais peçonhentos e de insetos que transmitem doenças graves, e vamos poder assentar nos banquinhos das praças nos fins de tarde para bater um papo, e nos bairros, colocar as cadeiras para fora das casas, nos passeios, para apreciar a brisa da tarde, jogando conversa fora com os vizinhos. Tudo isso é viver a vida com mais qualidade, e isso só depende de você, muito mais que do poder público, que tem mesmo que cumprir com a sua obrigação, mas só vai conseguir cumprir o seu papel se você também fizer a sua parte. E, se vivemos em uma verdadeira pocilga à moda antiga, é porque queremos e não fazemos por onde mudar. Roinc, roinc, roinc, roinc...