Vereadores querem gastar quase meio milhão de reais

Depois de alugar carro de luxo, vereadores querem ar-condicionado em cada gabinete e notebook de ponta para “atuar na internet”

Vereadores querem gastar quase meio milhão de reais

Depois da polêmica em torno do aluguel de um Toyota Corolla, considerado “carro de luxo”, a pressão que estaria sendo exercida sobre a direção da Câmara por alguns vereadores pode custar cerca de meio milhão de reais aos cofres públicos. Segundo informações chegadas à reportagem, edis que têm atuação mais ligada às redes sociais estariam cobrando da Mesa Diretora a aquisição de computadores de ponta para cada um dos 17 vereadores. Somente para a aquisição de computadores com as especificações adequadas para a produção de vídeos e imagens a serem publicadas na internet, a Câmara teria que investir algo em torno de R$ 120 mil. É preciso lembrar que, além do computador, seriam necessárias as contratações de licenças de softwares e planos de internet robustos, para suportar interações digitais com qualidade.

Mas a questão dos pedidos – e, consequentemente, pressão para as aquisições – não param por aí. Também estariam sendo cobradas a instalação de equipamentos de ar-condicionado nos gabinetes da edilidade, pois “o ambiente aqui está muito quente”, como teria dito um dos edis para justificar o pedido. Com essa questão, cada aparelho com capacidade de “refrigerar” o ar de um gabinete do prédio do Legislativo custaria em média R$ 4 mil. Aí teria mais a instalação e, sem contar o aumento no consumo de energia elétrica, mais uns R$ 120 mil. Porém, quando se fala em energia elétrica, é preciso lembrar que a rede de energia elétrica da Câmara de Itaúna não é nova. O prédio data da década de 1980, ou seja, quase cinquenta anos. Conforme informações repassadas à reportagem, para a instalação dos equipamentos, seria necessário refazer toda a instalação elétrica do edifício.

Somando os computadores, os aparelhos de ar-condicionado, a reforma na instalação elétrica do prédio, o custo pode alcançar, tranquilamente, a cifra de meio milhão de reais. Novamente, será preciso perguntar: é necessário este investimento? O cidadão-eleitor concorda que o vereador-youtuber precisa ter um computador de ponta para fazer as suas aparições, adquiridos com dinheiro público? O questionamento a ser feito, sobre a moralidade – não a legalidade – dessa aquisição, pode render cobrança por “jornalista estar tomando água do bebedouro dos vereadores”... Mas, cumprindo o papel do jornalismo, a FOLHA vai continuar perguntando: é necessário esse tipo de investimento?