Zema sanciona lei que permite segurança armada
Projeto do deputado Bruno Engler (PL) garante que voluntários possam usar armas ao realizar segurança em escolas estaduais. Detector de metais também poderá ser usado na entrada das escolas
Mais um tema polêmico, com caráter bastante ideológico, está na pauta da política nacional. Acaba de ser sancionada em Minas Gerais, pelo governador Romeu Zema, a lei que foi aprovada após proposta do deputado Bruno Engler, do PL, pelo Legislativo estadual mineiro, permitindo uso de armas de fogo por seguranças de escolas estaduais. Conforme a lei sancionada pelo governador, deverão ser criadas “comissões de segurança colaborativa” entre as escolas estaduais e a Polícia Militar, a partir de agora.
Essas comissões deverão apresentar “análise de riscos do ambiente escolar”, para que a segurança armada seja implementada. Nessa segurança poderão atuar policiais militares da reserva (aposentados) ou da ativa, desde que se apresentem voluntariamente para o serviço. Esses agentes deverão ser remunerados pelo trabalho. Além do uso de armas de fogo, a lei ainda permite que sejam utilizados detectores de metais, para controle de acesso nas escolas.
A liberação do uso de armas de fogo, inclusive, pelo cidadão comum é uma bandeira defendida pelos políticos da chamada ala direitista brasileira. Durante o governo do ex-presidente Bolsonaro, foram aprovadas diversas normas que permitiram a ampliação do uso de armas, com um aumento acentuado de registros de CACs – Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador. A justificativa dos direitistas é que o cidadão armado terá mais condições de garantir a segurança pessoal, da sua propriedade e da sua família.
Crítica da esquerda
Por outro lado, políticos da ala esquerdista são contrários à liberação do uso de armas e condenam veementemente a liberação. No atual governo, do presidente Lula, várias medidas foram adotadas para dificultar a posse de armas, em direção contrária ao que foi implementado no governo anterior. As alegações dos esquerdistas são de que a liberação das armas aumentou o índice de violência no País. Pregam que o cidadão armado corre mais riscos ainda. Em relação à lei sancionada pelo governador mineiro, a crítica é de que está sendo terceirizada a função do estado e, com isso, criando uma nova força pública, com aumento de despesas para os cidadãos. Alegam que o cidadão já paga impostos para custear as despesas com segurança e, agora, a sociedade será a patrocinadora desta nova força pública que se quer implantar. Também alegam que além da liberação do uso de armas na segurança das escolas, o que, na opinião destes críticos, colaborará com o aumento da violência, também existe a questão do constrangimento dos alunos. E perguntam: como vão se comportar os alunos que terão de passar pelo detector de metais todos os dias?
A população no meio da disputa
Para quem não comunga com as ideologias políticas e está no meio dessa disputa, essa lei e outras pautas que têm tomada a atenção do País servem mesmo é para atender as intenções políticas dos grupos. Os governos deveriam garantir a segurança, mas não o fazem, mesmo contando com as polícias federal, militares, rodoviárias, civis, guardas municipais e, agora, segurança armada nas escolas em Minas Gerais.
Por outro lado, ações de liberação do uso de armas têm fortalecido as organizações criminosas, que estão se armando cada vez mais e com mais facilidade. Para constatar, basta dar uma olhada no noticiário nacional. Estados inteiros estão à mercê de facções, como no Rio de Janeiro, Bahia, São Paulo, Rondônia, Ceará, que são casos mais graves. Estas facções criminosas estão ampliando suas forças, se estendendo a outros estados, inclusive, em Minas Gerais.
Enquanto isso, grupos políticos, de esquerda de direita criam factoides, atraem a atenção dos eleitores, usam dinheiro público para defender seus pontos de vista pessoais e a população permanece sem retorno, apesar de pagar altos impostos. Não são mais armas nas ruas que vão resolver o problema, já se sabe. O que precisa é de mais política pública séria, bem aplicada, e menos politicagem. Essa é a avaliação da maioria dos cidadãos, que não têm, porém, espaço nas grandes mídias, nem nas redes sociais, hoje dominadas pelos grupos políticos, especialmente os da direita. Até porque os cidadãos têm de trabalhar para manter os políticos e suas mordomias.